FONSECA (Pedro José da) [1737-1816] (Trad.) — QUINTILIANO (Marco Fabio).— INSTITUTIONUM // RHETORICARUM // LIBRI TRES // EX // M. FAB. QUINCTILIANO // DEPROMPTI // ET. PRIMIS. EORUM, STUDIIS // QUI. HUMANIORIBUS, LITERIS. DANT. OPERAM // ACCOMODATI // A // PETRO. JOSEPHO. A. FONSECA // ‘IN. REGALI. NOBILIUM. ADOLESCENTIUM // COLLEGIO. RHETORICES. ATQUE POETICES // PROFESSORE’ // QUINCTILIANI, TEXTUS CLAUDII. CAPPERONNERII // EDITIONEM. REFERT // ET. SELECTIS. VARIORUM. INTERPRETUM // NOTIS. ILLUSTRATUR // [brasão com as armas de Portugal] // OLISIPONE // EX. TYPOGRAPHIA. REGIA // ANNO MDCC.LXXXI. // ‘Regia Curiæ Censoriæ permissu. In-8º de XXI-III-605-[I] págs. E. no mesmo volume e da autoria de Pedro José da Fonseca [1737-1816]:
——— TRATADO // DOS // AFFECTOS // E // COSTUMES ORATORIOS, CONSIDERADOS // A RESPEITO // DA // ELOQUENCIA, // DIVIDIDO // EM DUAS PARTES. // [brasão com as armas de Portugal] // LISBOA // NA REGIA OFFICINA TYPOGRAFICA. // M.DCC.LXXXI. // ‘Com Licença da Real Meza Censoria. In-8.º de II-V-[I]-85-[I] págs. E.
Obras publicadas sem o nome de Pedro José da Fonseca, bastante invulgares e justamente apreciadas.
Da «Prefacção» do ‘Tratado dos Afectos’ transcrevemos: “Que os Affectos e Costumes sejão com as Provas os tres legitimos meios de persuadir, he doutrina tão geralmente assentada entre todos os bons Rhetoricos, que corre ao presente de plano sem a menor contestação. Mas Quinctiliano, que das Provas e seus Lugares trata profusamente em attenção ao desprezo, com que os seus contemporaneos as contemplavão, antepondo-lhes a affectada pompa de frivolas expressões, (…) supposto recommende muito o uso das Paixões, e mostre o seu grande valor; com tudo, segundo escreve Mr. Gilbert: (…) “poderia elle fazer huma cousa assás admiravel, se tanto a respeito destas, como dos Costumes, seguisse os principios de Aristoteles… Porém ao contrario he muito pouco o que diz sobre cada huma destas das cousas; e isso mesmo que diz, he por hum modo menos instructivo e methodico; não digo eu já que o Aristoteles, mas ainda que o de Vossio, que seguio este Filosofo.» (…)”
“Foi simplesmente a particular instrucção de meus discipulos quem me fez escrever pelo modo e motivos já assima allegados, este breve Tratado, que deixo agora imprimir em razão de os salvar do molesto incómmodo das cópias, e temer os erros, a que estas de ordinario ficão expostas. (…)”
Pedro José da Fonseca, distinto filólogo e professor de Retórica e Poética em Lisboa desde 1759, foi mais tarde nomeado para o Colégio dos Nobres. Foi Sócio fundador da Academia Real das Ciências, tendo pertencido à comissão do ‘Dicionário da Lingua Portuguesa’ da mesma Academia, cabendo-lhe uma grande parte da letra A, assim como a dedicatória, planta e catálogo dos autores. Foi ainda director da tipografia da ‘Academia’.
Inocêncio dedica um largo espaço à memória de Pedro José da Fonseca, registando, para melhores esclarecimentos biográficos a obra ‘Agradecimento de um homem á memória de outro homem virtuoso, sabio e philosopho’, de Francisco Coelho de Figueiredo.
Quintiliano, célebre escritor hispânico da época romana, séc. I, cuja nomeada levou a que de todo o Mundo o fossem ouvir a Roma, foi considerado por Juvenal como modelo dos advogados e dos retóricos. Dizem os biógrafos e estudiosos de Quintiliano que "a sua glória proveio sobretudo do magistral tratado em 12 livros ‘De Institutione Oratoria’".
Encadernação inteira de pele, contemporânea, com dourados e nervuras na lombada.