FRANZINI (Marino Miguel).— INSTRUCÇÕES STATISTICAS, // QUE POR ORDEM // DO // EXCELLENTISSIMO E REVERENDISSIMO // SENHOR // PRINCIPAL SOUZA, // COMPILOU M. M. FRANZINI, // TENENTE CORONEL, // AGGREGADO Á BRIGADA REAL DA MARINHA. // EM 1814. // [brasão de armas de Portugal] // LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA. // Anno 1815. // ‘Por Ordem Superior.’ In-4.º de 34-[II] págs. B.
Interessantíssimo subsídio para a história da economia portuguesa no final das Invasões Francesas.
“Mostraremos primeiro a extensão do territorio que se descreve, a sua agricultura em geral, assim como o que he relativo á vegetação do terreno. Segue-se depois o exame dos seus animaes, e das suas minas. (…) as suas producções, aperfeiçoadas pela industria. As manufacturas, as forjas, e tudo o que he relativo ás artes mecanicas, e ás artes liberaes (…). Segue-se o exame do estado do seu Commercio (…), os habitantes (…). Depois de se conhecer o que existe, he mui natural perguntar o que poderá existir, ou para melhor dizer, quaes serião os meios de aperfeiçoar a mão de obra, de que melhoramentos serião susceptiveis os seus actuaes estabelecimentos, e quaes os novos que poderião introduzir-se com facilidade. (…)”
Sobre M. M. Franzini transcrevemos da «Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira»: “(…) Tinha o pôsto de major de Engenheiros e servia no Arquivo Militar quando Junot dissolveu o Exército Português. Quando o mesmo general francês organizou a «Legião Portuguesa», nomeou-o oficial do estado-maior, com a mesma patente, e quando a «Legião» partiu para França, Franzini acompanhou-a, mas conseguiu não passar de Espanha. Tomou parte na defesa de Saragoça e voltou a Portugal, onde novamente entrou ao serviço da Marinha. (…) Quando em 1820 se estabeleceu o sistema liberal, abraçou a causa daquêle sistema, activamente, e em 1821 foi eleito deputado às côrtes constituintes, sendo reeleito em várias legislaturas. (…) Franzini, que foi do Conselho de D. João VI, exerceu também os cargos de director do Arquivo Militar, presidente de Estatística e Cadastro do Reino, inspector da Cordoaria Nacional e vogal do Supremo Conselho de Justiça Militar. (…)”.
Capas da brochura em papel pintado, da época.