BELLEGARDE BELLO (António Pedro de).— JOÃO BELLO E A NAÇÃO. Agência Geral do Ultramar. [S. d.] In-8º gr. de 651-III-[II] págs. B.
Valioso trabalho de investigação — assente em documentação original — de grande interesse para a biografia de João Bello, Oficial da Marinha, colonialista e ministro das Colónias. “Companheiro de Mousinho de Albuquerque na campanha contra os vátuas, teve acção saliente nas operações que concluíram pelo aprisionamento do famoso régulo Gungunhanha. Depois tomou parte na campanha do Barué e superintendeu nos serviços de fiscalização do Zambeze, quando ali existia a flotilha naval. Foi sob a sua direcção e segundo planos que elaborou quando ainda tenente que se construíu a linha férrea do Chai-Chai, numa extensão de 90 quilómetros. É também obra sua o farol da barra do rio Limpopo, ao qual, mais tarde foi dado o seu nome. A sua eficiente acção em todo o distrito de Gaza proporcionou-lhe enorme popularidade entre a população indígena, entre a qual era conhecido pelo ‘Régulo de Gaza’. […]. Pelos seus vastos conhecimentos coloniais, foi valioso auxiliar do dr. Brito Camacho, quando êste homem público esteve investido no lugar de alto comissário da República em Moçambique. Chamado a gerir a pasta das Colónias no govêrno da ditadura militar, promulgou as bases orgânicas da administração civil e financeira das colónias, mandando elaborar, para cada uma delas, de acôrdo com essas bases, o respectivo Código Administrativo, conferiu as mais latas atribuïções ao alto comissário de Angola, promovendo o financiamento da mesma província e criando o Banco emissor e a Junta da Moeda de Angola. Promoveu igualmente o financiamento da colónia de Moçambique, com o objectivo de conseguir o saneamento da sua moeda e a estabilização dos câmbios. […]. Reorganizou a Escola Colonial de Lisboa e promulgou o estatuto orgânico das missões religiosas, fixando subsídios para a instalação e funcionamento das casa de formação de pessoal missionário português, extinguiu o Instituto das Missões Coloniais, abolindo as missões laicas. Além do financiamento de várias colónias, como S. Tomé e Guiné, e da regularização das receitas de outras, como a de Cabo Verde, organizou as bases para as relações financeiras entre a metrópole e os domínios ultramarinos. […]. Possuía numerosas condecorações e, entre elas, as de Tôrre e Espada, Aviz, Valor Militar, Bons Serviços no Ultramar e da Vitória. [’in’ G. E. P. B.]