FORTUNA (Ricardo José).— LYRA, // QUE COMPOZ // ‘RICARDO JOZE FURTUNA,’ // POR VER TERMINADA A GUERRA // NO // REINO DE PORTUGAL. // (…) // LISBOA: // NA IMPRESSÃO SILVIANA. ANNO DE 1834. // No fim da Calçada do Garcia, passando o // Arco, N.º 42. // ‘Com Licença.’ // ——— // ‘Vende-se na Loja de Antonio Marques da // Silva, na Rua Augusta N.º 2., em Lisboa.’. In-8.º peq. de 16 págs. Desenc.
Opúsculo bastante raro, de que apenas um exemplar se encontra conservado na Biblioteca Nacional de Portugal.
Com interesse para a bibliografia relativa aos festejos liberais que sucederam á ‘Convenção de Évora-Monte’ que pôs fim à Guerra Civil.
Sobre o autor, diz Inocêncio que “(…) foi durante mais de cincoenta [anos] Ponto nos Theatros Nacionaes, ultimamente no de D. Maria II, e a final aposentado em 1850. (…) Compoz, ou deu em seu nome para o theatro varias farças ou entremezes, que se representaram com acceitação, e imprimiu avulsamente varias poesias miudas em pequenos folhetos. Era de caracter folgazão, e de tracto agradavel, porém pouco escrupoloso em apropriar-se de escriptos alheios para dal-os em seu nome. (…)”. Entre os opúsculos compulsados no ‘Dicionário’ de Inocêncio não consta aquele que agora apresentamos.
Na segunda edição do «Ensaio Bibliográfico» de Ernesto do Canto, o autor faz um curioso comentário acerca da versatilidade política de Ricardo Fortuna, comparando algumas das suas oportunistas composições poéticas.
No final, apenso ao opúsculo, vem uma folha sem qualquer registo tipográfico com a seguinte quadra antecedida por um travessão decorativo: “Excelso Pedro da Nação Patrono / Impias falanges destroçar pudestes / A prole tua resgatando o Throno / Ao luzo povo redempção trouxestes.”