SAMPAIO [BRUNO] (Jose Pereira de) & VEIGA (Alves da).- MANIFESTO DOS EMIGRADOS DA REVOLUÇÃO REPUBLICANA PORTUGUEZA DE 31 DE JANEIRO DE 1891. Prefácio de José Augusto Seabra. Edição do Governo Civil do Porto. 1991. In-8.º gr. de XIX-I-29-III págs. B.
Edição facsimilada deste importante ‘Manifesto’ redigido em Madrid a 12 de Abril de 1891 poucos meses após a ‘Revolta de 31 de Janeiro’.
Publicação prefaciada por José Augusto Seabra, ilustrada com um retrato de Sampaio Bruno e outro dos «Emigrados politicos em Hespanha.
“(…) Eis, no essencial, a mensagem transmitida pelos emigrados republicanos de 1891, a qual ficará como um documento indelével do seu idealismo sem mácula, para lá de todas as análises que se possa fazer acerca da viabilidade política ou estratégica da revolta do Porto. Aqueles que, então como hoje, têm querido limitar-lhe o alcance, cedendo à tentação de julgá-la através de critérios de ‘Realpolitik’, fariam bem em meditar no significado cívico e ético, vibrante de sentimento patriótico, que assume este Manifesto, ultrapassando a factualidade histórica e a frieza das interpretações a posteriori. Nada mais revelador desse sentimento do que o estilo emocional, por vezes patético, mas sempre ressumando uma dignidade e autenticidade inegáveis, em que o seu texto está escrito. Se ele exprime, é certo, a personalidade e o temperamento de Bruno, seu autor confesso, a voz que nele se escuta é bem, não só a de todos os revolucionários, mas de todos os patriotas que, num transe decisivo da vida nacional, tomaram sobre si o dever indeclinável da salvaguarda da independência e da liberdade do povo português, acima de conveniências, cálculos e interesses políticos ou económicos, fossem eles pessoais ou de classe. Como escreveria mais tarde, em estilo semelhante, Basílio Teles, «os erros que cometeram, prejudicando talvez a obra concebida por inteligências mais lúcidas e ânimos mais decididos, a posteridade lhos perdoará em atenção ao que sofreram, enquanto a Monarquia roubava» (…)”.