CASTELO BRANCO (Camilo).— MARIA! NÃO ME MATES, QUE SOU TUA MÃE! Meditação sobre o espantoso crime acontecido em Lisboa: Uma filha que mata e despedaça sua mãe. Mandada imprimir por um mendigo, que foi lançado fora do seu convento, e anda pedindo esmola pelas portas. Offerecida Aos paes de famílias, e áquelles que acreditam em Deus. Porto. Typ. do Ecco. 1848 [aliás edição &etc. Publicações Culturais Engrenagem, Lda. Lisboa. 1979]. In-4.º peq. de 12-IV págs. B.
Número inaugural da estimada colecção «Contramargem» das edições &etc.
Do prefácio: “Em 1848 — o ano que mais nos interessa — Camilo completa vinte e três de idade e está no Porto sem saber de família, nem de amigos, nem de comida certa. Não passa de um “anjo puro de inocência”, diz ele, “um anjo literato” quando salta “na Ribeira do Peixe da invicta cidade”. A colaboração que dois jornais lhe aceitam é mal paga. O Hotel Francês da Rua da Fábrica, esse… quer as mensalidades em dia.
— Que fazer?
— Maria! Não me mates, que sou tua mãe!… ‘anónimo..tipografia do Eco.. de cordel!
Tomás Ribeiro recordará um dia no Imparcial: “Os jornais noticiaram então o assassinato de uma pobre velha, atribuído à sua própria filha, e dizem hoje informações insuspeitas que falsamente lho atribuiram. Camilo escreveu numa noite o pequeno livro que ia sendo consecutivamente impresso” E acrescenta: “No dia seguinte a comovente narrativa, comprada sofregamente, salvava o poeta duma bancarrota”
Edição acrescentada com um pequeno texto introdutório, não assinado.