JÚDICE (Nuno).— O MECANISMO ROMÂNTICO DA FRAGMENTAÇÃO. Prémio Pablo Neruda – 1973. Editorial Inova/Porto. [1975]. In-8.º de 71-I-XII págs. B.
Edição de apurado cuidado gráfico, da responsabilidade de Armando Alves, integrada na colecção «Corôa da Terra», dirigida por Egito Gonçalves.
“Podemos dizer que, desde o primeiro livro (A Noção do Poema, 1972), Nuno Júdice procurou fazer coincidir a teoria, enquanto acto de reflectir sobre a produção do poema, com a própria linguagem e os seus referentes imaginários que representariam a «praxis» dessa teorização.
“O poema constituiria, assim, uma espécie de «metalurgia solar», onde o brilho gratuito, irradiante, se conjugava com o fazer, com uma actividade inventiva. Esse fascínio — que é, como verenos, ao mesmo tempo tentação e transgressão — não deixa de estar presente nos muitos poemas que ao longo do tempo se têm escrito e se apresentam intencionalmente como ‘artes poéticas’ ou, não raro, como algo de equivalente ao que poderíamos designar por uma atenção ao processo criador, gestativo do poema, o qual se descreve a si mesmo através da sua materialidade significante. (…). [Fernando Guimarães, que ao lado de Egito Gonçalves, Eugénio de Andrade, José Bento e Óscar Lopes, constituiu o Juri que atribuiu a este livro o «Prémio Pablo Neruda – 1973»].
Capa ilustrada por João Machado.