LIMA (Fernando de Castro Pires de).— A NAU CATRINETA. Ensaio de interpretação histórica. Carta prólogo de D. Ramon Menéndez Pidal. Prefácio do Prof. Dr. Damião Peres. Portucalense Editora. 1954. In-8.º gr. de 182-IV-[II] págs. B.
Da «Introdução» transcrevemos: “Nunca poderíamos supor que uma «Crónica Folclórica» sobre ‘A Nau Catrineta’, por nós proferida ao microfone da Emissora Nacional, pudesse dar origem a este livro. De uma palestra, passámos a várias palestras, e depois, a matéria vasta e aliciante conduziu-nos insensìvelmente a esta obra dedicada ao romance mais belo e mais conhecido de toda a literatura oral portuguesa. (…)”.
“Em aditamento publicaremos as versões mais importantes da ‘Nau Catrineta’, e ainda um exemplo de cada um dos romances que tenham afinidades com determinados passos da célebre xácara, a fim de o leitor julgar, com imparcialidade, das razões que levaram o autor a escrever este livro. Em reforço delas, transcreve-se, também, o ‘Naufrágio’ de Jorge de Albuquerque Coelho, narrado por Bento Teixeira Pinto.
Diz Damião Peres no «Prefácio» a esta edição: “Embora a história consista na exactidão das cousas pretéritas, e a tradição, pelo contrário, enriqueça de pormenores fantasiosos o fundo de verdades que perpetua, muitos são, em regra, os pontos de contacto entre uma e outra. Nada de admirar, portanto, que historiadores possam interessar-se por tradições, e etnógrafos se ocupem de sucessos históricos; nem menos de admirar que sobre as origens dum romance tradicional uns e outros se pronunciem. (…) Não se deve meter foice em seara alheia, prescreve a sabedoria popular; no entanto, sempre me atreverei a recordar que em 1636 uma nau, denominada Santa Catarina, que regressava da Índia, teve trágico final de viagem, talvez remate de acidentes que desconhecemos, dando à costa nas vizinhanças da Praia das Maçãs. (…)”.
Exemplar por abrir.