CAMPOS (Fernando) [1891-1958].— NO SAGUÃO DO LIBERALISMO. O desengano de Garrett — A desilusão de Herculano – A descrença de Soriano — O pessimismo de OLiveira Martins — A penitência de Ramalho – A ironia de Eça de Queiroz – O testamento de Antero — A contrição de Fialho — Concêrto de acusações. Edição de José Fernandes Júnior. Lisboa. 1935. In-8.º gr. de 169-V págs. E.
“Como é sabido, a condenação do Liberalismo não foi apenas formulada pelos doutrinários e expositores do Pensamento contra-revolucionário no decurso do século passado. Não a elaboraram, unicamente, os panfletários e polemistas do miguelismo, ao defenderem a causa de um Rei que acrescentava aos seus direitos dinásticos a legitimidade dos princípios.
“Também numerosos liberais, a quem a superstição democrática não conseguira perturbar, inteiramente, a clarividência do espírito, a formularam em têrmos claros e precisos, quando apontaram os erros e vícios de um sistema que nunca logrou adaptar-se às exigências da vida nacional.
“Não é, portanto, só dos escritores políticos de um José Agostinho de Macedo, de um Fr. Fortunato de S. Boaventura, de um José Acúrsio das Neves ou de um Doutor José da Gama e Castro, que podemos recolher a sentença condenatória do grande desvairo liberalista. Poderemos, igualmente, recolhê-la de copiosas páginas que nos legaram alguns dos próprios mentores e figurantes da tragi-comédia constitucional, como Garrett, Herculano, Soriano e Aragão Morato, e outros autores ainda, que por certo não se alistavam nas hostes da Reacção, como Oliveira Martins, Silva Cordeiro, Fialho de Almeida, Ramalho, Antero, Eça, etc.
Encadernação com lombada e cantos de pele, decorada a ouro, com rótulo e numerosas nervuras. Carminado só à cabeça e com as capas da brochura conservadas. Com uma mancha de água na margem inferior, junto à lombada.