TEIXEIRA (Judite).— NVA. Poemas de Bysancio escritos que foram por… Segunda edição. Editores: J. Rodrigues & Cª. Lisboa. 1926. In-4.º gr. de 109-V págs. B.
Edição de grande apuro gráfico em tudo semelhante à edição original, ilustrada com um original retrato da autora, assinado por Guilherme Filipe no ano da publicação.
Judite Teixeira, poetisa de grande sensibilidade interior, cuja primeira manifestação literária teve acolhimento na revista «Contemporânea» de José Pacheco, foi directora da revista «Europa», publicada em 1925, e autora de importantes livros de poesia. O primeiro, intitulado «Decadência», alvo de uma perseguição feita pela ‘Liga de Acção dos Estudantes de Lisboa’ que ao lado das «Canções» de António Botto e de «Sodoma Divinizada» de Raul Leal, foram apreendidos e mandados queimar pelo Governo Civil de Lisboa em 1923. Ainda no mesmo ano publicou «Castelo de Sombras». Em 1926 «Nua» e a importante conferência «De Mim», sub-intitulada ‘Conferência em que se explicam as minhas rasões sobre a Vida, sobre a Estética, sobre a Moral’ onde a autora se insurge contra a perseguição feita aos seus livros: “(…) desde a apreensão, feita ha anos, do meu livro «Decadência», e depois das críticas violentas feita ao «Castelo de Sombras», e ainda aos meus últimos poemas «Núa» — essa magmolia ardente, bizarra e exótica, em que pús toda a sinceridade da minha consciencia de mulher e de Artista, e toda a verdade da minha sensibilidade constantemente sequiosa de Beleza, que eu sinto o desejo imperioso, enorme, de dizer à inteligência do meu tempo, aquelas razões de mocidade emotiva que existem na minha alma e na alma de todos aqueles que, como eu, fazem da criação artística a sua mais nobre razão de viver!. (…)”. Por fim publicou ainda, em 1927 o livro de novelas «Satânia».
Pequeno defeito na lombada.