GANDRA (João Nogueira).— ODE // AO // ILL.MO e EXCELLL.MO SENHOR // BERNARDIM FREIRE DE ANDRADA, // SENHOR, E ALCAIDE MÓR DA VILLA DAS GALVÊAS, // COMMENDADOR DA ORDEM DE S. BENTO DE AVIZ, // MARECHAL DE CAMPO, GOVERNADOR DAS ARMAS // DO PARTIDO DO PORTO, PELO PRINCIPE REGENTE // N. S., E GENERAL COMMANDANTE DO EXERCITO // PORTUGUEZ ETC. ETC. ETC. // (…) // COIMBRA, // NA REAL IMPRENSA DA UNIVERSIDADE. // — // 1808. ‘Com licença do Governo.’ In-8.º de 11-I págs. B.
São bastante raros os exemplares deste poema dedicado a Bernardim Freire de Andrada e Castro (1759-1809), tenente general do Exército Português encarregado de defender a fronteira do Minho quando se aproximava a segunda invasão francesa. Permeáveis às influências dos habitantes locais, os seus homens, que constituíam uma pequena e mal preparada força militar, são levados a crer que estariam a ser comandados por um traidor que procurava dar entrada ao exército francês. Acusado de traição, Freire de Andrada vê os seus homens amotinados e é preso. Resgatado por Christian Adolph Friedrich Eben, um oficial prussiano que comandava um regimento britânico sediado no Porto, foi enviado para Braga rodeado pela multidão que exigia a sua entrega. Freire de Andrada foi nesse mesmo dia assassinado pela população junto à prisão de Braga. Mais tarde, foram dissipadas as dúvidas sobre a sua falsa traição e realizadas as respectivas cerimónias religiosas.
No final consta ainda deste opúsculo, um «Soneto ao Illustrissimo e Excellentissimo Senhor D. Miguel Pereira Forjaz, Commendador da Ordem de Christo, Brigadeiro ajudante General, e Chefe do Estado Maior do Exercito Portuguez, etc.».
O Autor, nascido na cidade do Porto, que além de outras distinções foi condecorado com a medalha nº 2 da Campanha peninsular, foi Bibliotecário da Biblioteca Pública do Porto, redactor principal do periódico «Borboleta Constitucional», colaborador da «Chronica Constitucional», do «Artilheiro» e de outros jornais.