CAMPOS (Fernando).— A OFENSIVA DA "LIBERDADE". Conferência realizada no Sindicato Nacional dos Empregados Bancários do Distrito de Lisboa, na noite de 12 de Março de 1936. [Edições «Nação Portuguesa». Lisboa. 1937. In-4.º de 40 págs. B.
Da “Apresentação” de João Ameal: “[…] Ninguém desconhece a personalidade de Fernando Campos, que tem afirmado, numa sériede volumes, a sua cultura, a lucidez do seu espírito, a sua nítida compreensão das directrizes salvadoras da moderna filosofia política.
“O pensamento contra-revolucionário em Portugal, esto é: o pensamento que interpretou a reacção espontânea da consciência nacional e opôs, desde os fins do século XVIII, aos desatinos e utopias da Revolução Francesa, o claro e justificado protesto da verdade e do bom senso — tem, em Fernando Campos /já o escrevi rm dia) o melhor genealogista e historiador. Tôda a sua obra, já vasta e sempre útil (dessa utilidade superior que marca os servidores duma grande causa) se concentra em volta daquêle objectivo fundamental: seguir, através do tempo e sobretudo através do seu período mais combativo e mais difícil, do seu período «heróico» – o nosso pensamento contra-revolucionário. Ou melhor: o nosso pensamento «português». Porque no século XIX, houve muitos escritores portugueses que «pensaram em inglês» (os discípulos de Bentham, de Hobbes, de Locke), ou «pensaram em francês» (os discípulos de Voltaire, de Rousseau, dos Enciclopedista), ou «pensaram em alemão» (os discípulos de Kant, e até de Lutero). Fernando Campos consagrou-se, pois, à esplêndida tarefa de nos tornar conhecidos e próximos os escritores que «pensaram em português» no último século. […]
“Desde a preciosa colectânea «Os nossos mestres», até aos excelentes estudos sôbre Frei Fortunato de S. Boaventura e Camilo Castelo Branco e até aos dois tomos já publicados de «O Pensamento contra-revolucionário em Portugal (Século XIX)» — sempre esta bela finalidade tem sido observada e cumprida. Ultimamente, no «Saguão do Liberalismo», o meu ilustre camarada mostrou-nos o arrependimento de alguns dos maiores valores intelectuais da causa liberal que, desiludidos e contritos, acabaram por confessar o seu êrro, com expressiva eloqüência. […]”
Exemplar com dedicatória do autor a Serafim Leite, padre jesuíta, poeta e historiador português.