MONTEIRO (Nicolau) [1581-1672].— OFFICIA PROPRIA // SANCTORUM // DIŒCESIS PORTUCALENSIS, // Quæ ex privilegio, vel antiquissima consuetudine in Ecclesia Portucalensi // celebrantur, ultra præscripta in Breviario Romano, ad formam tamen // ejusdem Breviarii nuperrimê reformata auctoritate URBANI VIII. // ‘DE MANDATO’// ILLUSTRISSIMI, AC REVERENDISSIMO D. // D. NICOLAI MONTEYRO // Ejuídem Ecclesiæ Episcopi disposita, & auctoritate Illustrissimi Ca- //pituli, Sede vacante, ad maiorem commoditatem recitantium // typis mandata anno 1673. // PRÆCLARO, AC SANCTISSIMO // PANTALEONI // Martyri Invictissimo, ejusdem Portucalensis Ecclesiæ Patrono meretissimo // ‘DICATA’ // ‘Studiosorum operâ, necnon dexteritate, & sumptibus’ // ANTONII ALVARES RIBEIRO GUIMARAENS, // In præfata Urbe Bibliopolæ domociliarii, Sanctissimo Patrono offi- // ciis omnibus addicti. // ‘Nunc denuò, & ipsa vigilantiùs correcta, & alia quamplurima à SS. PP. tunc. // & nunc temporis Fidelessimis Lusitaniæ Regibus pro suis Dominiis indulta, // suis locis ordinatim coagmentata. // [florão decorativo] //PORTU: // Ex Typ. ANTONII ALVARES RIBEIRO GUIMARAENS. // Anno Domini M. DCC.LXXXIII. // ‘Regis Magistratûs Censorii permissu.’ // ———— // Vende-se na mesma Officina no cimo da rua dos mercadores, na caza // que tem o Oratorio de Nossa Senhora d’Ajuda. In-8.º gr. de XII-319-I págs. E.
Trabalho de grande interesse para a história do culto dos Santos em Portugal, onde se procura uniformizar os respectivos ofícios “da mesma maneira que na Sé Catedral do Porto (onde tudo é organizado de acordo com o regulamento do ‘Breviário Romano’ com o máximo cuidado e exatidão”.
“Visto que em toda esta Igreja de Portugal, quer por privilégio, quer por costume superior à memória dos homens, há certas festas de Santos que não constam do calendário do Breviário Romano, e sobre as quais o Ofício é muito diferente do rito , que também foi aprovado por outros e em outras épocas, impresso e publicado conforme a ordem, não em um volume, mas cada um em uma folha volante, e às vezes é necessário ir ao ‘Octavário Romano’, o que certamente não é uma tarefa fácil para qualquer sacerdote; todos esses ofícios deveriam ser reunidos em um só corpo, e a fórmula e as regras do ‘Breviário’ e do ‘Missal Romano’ deveriam ser lembradas.” [tradução livre extraída da pág. ‘Ad Lectorum’]
D. Nicolau Monteiro, Bispo do Porto, natural da freguesia de S. Nicolau, completou os seus estudos na Universidade de Coimbra onde se doutorou em Cânones. Foi cónego da Sé de Coimbra, na qual exerceu o cargo de vigário geral, seguindo para a sua cidade natal para ocupar o lugar de Prior da Colegiada de Cedofeita. A convite do Rei D. João IV foi preceptor de seus filhos, Teodósio [futuro Príncipe do Brasil] e Afonso [futuro Afonso VI, Rei de Portugal]. Foi ainda Embaixador de D. João IV junto de Urbano VIII, conselheiro de Estado, confessor da rainha D. Leonor de Gusmão, Bispo eleito de Portalegre, Guarda e do Porto, por cuja diocese optou, rejeitando o lugar de Arcebispo de Braga.
Magalhães Basto recorda em trabalho publicado no «TRIPEIRO» [Ano XI, V série, n.º 7, a págs. 194]: “D. Nicolau Monteiro, homem iminente sob todos os aspectos, inteligentíssimo, sábio, modelo de virtudes, que enviado a Roma em delicadíssima missão diplomática, só por milagre escapou à morte que lhe preparara o embaixador de Espanha”.
Obra bastante invulgar, não referida por Inocêncio. pela primeira vez impressa em Coimbra no ano de 1752,
Encadernação da época em carneira, um pouco cansada. Com manchas que afectam parcialmente o volume.