S. BOAVENTURA (João de).— ORAÇÃO FUNEBRE // DO // MUITO, ALTO, E PODEROSO IMPERADOR, E REI // O SENHOR // D. JOÃO SEXTO. // QUE // NAS EXEQUIAS CELEBRADAS NO DIA 10 DE JUNHO // DE 1826 // NA REAL CAPELLA DO PAÇO DA BEMPOSTA // PREGOU, E OFFERECE // A’ SERENISSIMA SENHORA INFANTA // D. ISABEL MARIA // ‘PRESIDENTE DO GOVERNO DESTES REINOS’ // Fr. JOÃO DE S. BOAVENTURA // (…) // LISBOA: NA NOVA IMPRESSÃO SILVIANA. ANNO DE 1826. // ‘Travessa da Portaria das Freiras de Santa Anna. N. 2. // [travessão de fantasia] // ‘Com Licença da M. do Desemb. do Paço. In-4.º peq. de VI-19-[III] págs. Desenc.
Acerca do autor diz Innocêncio que foi monge beneditino nascido na cidade do Porto, mestre em teologia, pregador regio e professor de retórica e poética no Real Colégio dos Nobres. “Depois de mostrar-se por muito tempo um dos mais constantes adeptos do governo monarchico-absoluto, e fervoroso propugnador dos direitos do sr. D. Miguel á corôa portugueza, lançou-se repentinamente em 1832 [aliás 1833] no partido constitucional, e prestou-lhe todo o serviço que pôde. Esta inopinada e tardia metamorphose, custosa de acreditar aos que pouco antes estavam habituados a ouvil-o declamar nos pulpitos e nas conversações, vociferando contra os mesmos a quem ora se ligava, foi causa de achar-se malquisto com todos, e ver-se em 1834 exposto á vindicta de alguns, que lhe attribuiam particularmente as perseguições, de que tinham sido victimas no regimen anterior. Para pôr-se em segurança teve de occultar-se durante algum tempo, até que emigrou para o Brasil. Ouvi que levára comsigo um exemplar da edição dos ‘Luziadas’ de 1572 (…), pertencente ao mosteiro de S. Bento de Lisboa (…)”.