SILVA (Fernando Correia da).— PALHITA, O TOIRO. Fábula para adolescentes contada por Fernando Correia da Silva e ilustrada por António Domingues. [Editora Gráfica Portuguesa, Lda. Lisboa. 1952]. In-4.º de 52 págs. B.
Poeta e ficionista, o autor, “Influenciado na juventude pela corrente neo-realista, com uma passagem pelo surrealismo. Em 1952 publica, com Alexandre O’Neill, ‘A Pomba’, jornal clandestino de poesia militante. Activista e militante dos direitos cívicos, tendo pertencido ao MUD Juvenil, depois de uma prisão pela polícia política da ditadura, ganhou o exílio (1953), onde contactou com personalidades como Agostinho Neto, Aurélio Santos, Vasco Cabral, Marcelino dos Santos e outros, declarando-se a favor da independência das então colónias sob administração portuguesa em África. Em 1954, perseguido pela PIDE, […] partiu para o Brasil (São Paulo), onde exerceu o jornalismo profissional no períódico ‘Folha de S. Paulo’ e foi coordenador editorial, durante quatro anos, de uma importante casa editora. Naquele jornal concebeu e dirigiu o suplemento infantil «Folhinha», […]. Ainda no Brasil, foi um dos fundadores do jornal ‘Portugal Democrático’ e lançou uma editora infantil, Giroflé, em colaboração com Sidónio Muralha, Jorge de Sena, Casais Monteiro, Fernando Lemos e outros escritores e artistas brasileiros. (…). Em 1974 retorna a Portugal, desenvolvendo aqui a sua actividade de escritor com continuidade e beneficiando um dos seus últimos livros de referência elogiosa do Prof. António José Saraiva. Coordenou ‘80 Vidas Que a Morte Não Apaga’, coleccionável editado pelo jornal ‘Público’ em 1996 e no qual foi autor de quinze biografias. (…)”. [’in’ «Dicionário Cronológico de Autores Portugueses»] .
Segundo livro do autor, ilustrado com interessantes e originais desenhos da autoria de António Domingues [António Pimentel Domingues], membro do Grupo Surrealista de Lisboa, político anarco-sindicalista chefe de redacção do diário ‘A Batalha’. “Foi ferrageiro, artista gráfico e maquetista, ilustrador e professor de serigrafia da Escola António Arroio. (…) [’in’ «Surrealismo em Portugal. 1934-1952» de Maria Jesús Ávila e Perfecto E. Cuadrado.]
Capa ilustrada a duas cores e interessantes ilustrações de plena página.