O PANORAMA. Jornal Litterario e Instructivo da Sociedade Propagadora dos Conhecimentos uteis. Lisboa. Na Typographia da Sociedade [e outras]. 1837-1868. 18 vols. In-4.º E.
Revista verdadeiramente notável e de grande significado cultural para todos quantos defenderam a causa liberal em Portugal.
De carácter pedagógico e enciclopédico, segundo Castilho, “acessível a todas as fortunas, a todos os entendimentos, acomodado a todos os gostos e a todos os interesses”, revolucionou o jornalismo em Portugal, não só por se dirigir a uma ampla camada da sociedade portuguesa, mas também pela abundante utilização de imagens. Com um incontável número de gravuras em madeira representando cidades, vilas e lugares de Portugal e do estrangeiro, monumentos, paisagens, cenas históricas, retratos de importantes vultos portugueses e estrangeiros, etc.
Do número dos seus principais colaboradores destaca-se a grande altura o nome do notável historiador, poeta e romancista Alexandre Herculano, sem dúvida o que mais contribuiu para o fundamentado prestígio de que disfruta esta magnífica publicação, sendo de salientar também os de Silvestre Pinheiro Ferreira, Camilo Castelo Branco (poesias), António Feliciano de Castilho, Mendes Leal, Paulo Midosi, J. H. da Cunha Rivara, Vilhena Barbosa, Silva Leal Júnior, Oliveira Marreca, F. L. Mousinho de Albuquerque, A. X. Rodrigues Cordeiro, abade de Castro, Henriques Nogueira, L. A. Rebelo da Silva, J. M. da Costa e Silva, Bulhão Pato, Latino Coelho, Sousa Monteiro, F. F. de La Figanière, F. Gomes de Amorim, José de Torres, Pereira Caldas, Casimiro de Abreu, William Beckford, Inocêncio Francisco da Silva, Cândido de Figueiredo, M. Pinheiro Chagas, Guilherme de Azevedo, Tomás Ribeiro, Bernardes Branco, João de Deus, Júlio Dinis, Osório de Vasconcelos e Nogueira da Silva entre outros. De referir que parte substancial da colaboração não regista o nome do respectivo autor.
Colecção muito invulgar, especialmente quando se apresenta, como esta, completa, sendo particularmente raros os três últimos volumes.
Todos os volumes estão revestidos de encadernações da época com as lombadas e cantos de pele, à excepção dos três últimos, cuja encadernação, de recente execução e de maiores dimensões por não terem sido aparados, foi feita modernamente e à semelhança dos primeiros. Com carimbos e assinaturas de posse nos frontispícios dos primeiros 15 volumes.