SILVA (João Gomes da) [Conde de Tarouca].- [POESIAS MANUSCRITAS]. Sem data. Dim. aprox. 22,5 x 17,5 cm.
São 58 de 61 ff. manuscritas de ambos os lados, estando as três últimas em branco, com caligrafia setecentista, perfeitamente legível. O Autor destas poesias é João Gomes da Silva, Conde de Tarouca por casamento e Vilar Maior / Alegrete por linhagem. Referido, entre outros, por Barbosa Machado e Inocêncio Francisco da Silva. João Gomes da Silva, nascido em Lisboa em 1671, foi Ministro plenipotenciário de Portugal ao congresso de Utrecht, Académico da Academia Real da História, autor com vários títulos publicados, etc. O já referido Barbosa Machado, na bibliografia registada em nome deste autor, refere, em manuscrito, as suas «Obras Poeticas», "que comprehendem mais de 200 Sonetos a varios assumptos Academicos com outras Poezias Lyricas serias, e jocosas. 4. M.S.". Este bibliógrafo dissipa todas as dúvidas acerca da autoria destas poesias, porquanto transcreve o seguinte soneto, também incluído neste conjunto, com variantes relativamente ao que transcreve: "Queimandose o palacio do Conde de Tarouca conformouse este com a sua disgráça. Soneto. Vorãz incendio, horrivel instromento / Do estrago: nam me aflijas: determino, / Tolerándo a inclemencia do destino / Disputarte o podero no sofrimento. Cruél, ou brándo arrebatado, ou lento; / Erras por indulgente, ou por indigno; / Se offendes por castigo: hés muy benigno, / Se offendes como acázo és muy violento. / Náda me altéra o gólpe exorbitante / Que em mim ser venturozo, ou disgracádo / Produzio sempre effeito similhante. / Mais me temo a mim mesmo, que ao meo fádo: / Receio tanto o excesso no Constante, / Que degenére o firme do obstinádo». Cremos que o original apresentado foi caligrafado por, pelo menos, duas mãos, estando algumas das poesias repetidas.