ALÃO (Martinho Lopes de Morais) [1713-1789].— PORTO GLORIOSO // POEMA // HISTORICO-PANAGYRICO // Na alegre, plausivel, e faustissima Entrada publica, // que no dia 5. de Mayo de 1743. // ‘Fez na Cidade do Porto’ // O EXCELLENTISSIMO, E REVERENDISSIMO SENHOR // D. FR. JOSÉ // MARIA DA FONSECA, // E EVORA, // ‘Ex-Geral dos Menores, Prelado Domestico de Sua Santidade, Bispo // assistente ao Solio Pontificio, Especial Ministro na Curia Ro- // mana da Augusta Magestade Portugueza, Bispo do // Porto, do Conselho de Sua Magestade &c.’ // OFFERECIDO AO MESMO // EXC.MO E REV.MO SENHOR // HERÖE do POEMA // Por // MARTINHO LOPES DE MORAES ALAÕ // ‘Conego prebendado na Santa Igreja do Porto.’ // ——— // PORTO, // Na Officina de MANOEL PEDROSO COIMBRA, // Anno 1743. ‘Com todas as licenças necessarioas.’ In-4.º peq. de XII-34 págs. B.
Poema dedicado a D. Frei José Maria da Fonseca e Évora, religioso franciscano e prelado natural de Évora. “Recebeu o grau de mestre em Artes na Universidade de Évora, e em Direito Pontifício na de Coimbra. Em 1712 partiu para Roma com o marquês de Fontes, embaixador extraordinário na Cúria Romana, no pontificado de Clemente XI. Em Roma recebeu as insígnias doutorais, e para cumprir o voto que fizera, quando assaltado por uma doença, tomou o hábito no convento de Ara Coeli, no mesmo ano de 1712. Exerceu os maiores cargos da sua ordem; foi prefeito do capítulo geral romano a que presidiu Inocêncio XIII, secretário procurador da ordem, devendo-se à sua actividade a canonização e beatificação de 8 santos franciscanos; superior e prelado geral de tôda a Família Seráfica, etc. Por sua influência foi colocada no Vaticano a estátua de S. Francisco, em hábito de observante, lutando contra os obstáculos opostos pelos claustrais e capuchinhos, pelo que os religiosos da Província de Nápoles lhe consagraram uma inscrição em latim. Erigiu novas aulas de Filosofia e Teologia Especulativa e Moral no convento de Ara Coeli, onde também a comunidade lhe gravou uma inscrição el latim. No mesmo convento instituíu uma notável livraria, concedendo-lhe Clemente XII, por breve de 20-IX-1727, a sua administração, com a faculdade de tomar bibliotecários e outros ministros que fôssem precisos. Foi ainda presidente das Salinas, em Roma, teólogo nomeado por Benedito XIII para o Concílio Lateranense, consultor das Congregações do Índice, Indulgências, Relíquias e Ritos, votante consistorial e da visita apostólica, consultor e qualificador da Suprema e Universal Inquisição, examinador sinodal romano, etc. Também foi conselheiro áulico do imperador Carlos VI, intendente dos negócios do rei da Sardenha na Cúria, e plenipotenciário da côrte portuguesa nos pontificados de Benedito XIII, Clemente XII eBenedito XIV. Pertenceu a diversas Academias, entre as quais a Academia Real da História Portuguesa. Deve-se-lhe a reconstrução, desde os alicerces, do convento de Pallazzola, nos arredores de Roma. Em 1739 D. João Vescolheu-o para bispo do Pôrto, dignidade que aceitou depois de ter recusado outros bispados em Itália (…). Regressou a Lisboa a 18-XII-1740, sendo sagrado a 12-III-1741 pelo patriarca D. Francisco de Saldanha. Depois de ter partido de Roma, foi-lhe erguida uma estátua nas biblioteca do convento de Ara Coeli. Fêz a sua antrada solene no Pôrto a 5-V-1743. Dedicou-se muito ao govêrno diocesano e fêz adornar e reparar com magnificência o paço episcopal. A lista completa das suas obras pode consultar-se em Barbosa Machado, ‘Bibliotheca Lusitana’ (…)” [’in’ G. E. P. B.]
O autor, Martinho Lopes de Moraes Alão, natural da cidade do Porto, foi cónego na catedral desta cidade e administrador da capela dos Alões, cuja casa-torre medieval se crê corresponder àquela que hoje se situa na Calçada de D. Pedro Pitões, à direita da fachada principal da Sé Catedral do Porto.
Capa da brochura em papel marmoreado, da época. Um pouco manchado na margem direita do volume.