DOMINGUES (Mário).— O REGENTE D. PEDRO, PRÍNCIPE EUROPEU. Empresa Nacional de Publicidade. [Lisboa. 1964]. In-8.º de 156-IV págs. B.
“A história é escrita por homens e, apesar de estes pretenderem ser imparciais e justos, ela reflecte as suas simpatias e aversões, as suas qualidades e defeitos, sem que muitas vezes disso se apercebam. Cada cronista, cada historiógrafo, cada narrador imprime no que escreve o cunho da sua personalidade. Se assim não fosse, como poderíamos nós distinguir, por exemplo, um Fernão Lopes de um Rui de pina, quando nos relatam os mesmos acontecimentos ou nos descrevem o mesmo vulto histórico? […]
“Um dos grandes, dos verdadeiramente gloriosos vultos portugueses, durante séculos vítima da má vontade dos cronistas peitados pelos seus inimigos, que só não apagaram totalmente a sua presença na história, porque ele vinculou profundamente o seu lugar, foi o infante D. Pedro, filho de D. João I e de Filipa de Lencastre. Uma cilada traiçoeira o arredou deste Mundo, numa idade em que tantos serviços ainda poderia prestar à nação; e uma espécie de conjura, a dos cronistas, adulterou, minimizou e por vezes esqueceuos actos mais brilhantes da vida deste príncipe, que tão alto ergueu na Europa o prestígio de portugal e tão equitativa, profressiva e humanamente governou o reino, durante a sua curta, mas fecunda regência, que ninguém agradeceu.[…]”.
Obra publicada na «Colecção História de Portugal».
Com dedicatória do autor.