SARMENTO (Inácio Pizarro de Morais).— O ROMANCEIRO PORTUGUEZ, ou Collecção dos Romances de Historia Portugueza, compostos por… 1841. Lisboa. Typographia Panorama [e Parte Segunda. 1845. Typographia Commercial]. 2 vols. In-8.º de VIII-II-270 [aliás 272]-IV e VIII-260-XXIV págs. E.
O primeiro volume apresenta um retrato do autor e quatro litografias; o segundo, cinco litografias, tendo este exemplar mais uma estampa no primeiro volume do que as indicadas por Inocêncio.
No final do segundo volume vem uma ‘Lista dos Subscriptores da segunda parte do Romanceiro’.
Sobre o autor, natural da aldeia de Bóbeda em Chaves [Vila Real], “Fidalgo Cavalleiro da Casa de S. M. F., Commendador de Santa Marinha de Lisboa, da Ordem de Christo, Morgado de Bobeda, etc. etc. etc.”, recorremos às palavras que Eugénio Pimentel lhe dedicou na «Ilustração Transmontana»: “Para glória do poeta trasmontano bastaria o seu Romanceiro, livro adorável onde Pizarro coligiu preciosamente a crónica oral e poética do nosso povo entrelaçando a flor melancólica da xácara com a ridente flor da cantiga descuidosa (…) Apareceu em 1841 o primeiro volume do Romanceiro, esse conjunto de poemas inspirados nas crónicas e na história pátria, romantizando os lances de patriotismo e as aventuras galãs.
“Quatro anos depois, animado pelo entusiástico acolhimento que teve o primeiro volume, publicou Inácio Pizarro o segundo da sua obra de amor e cavalaria.
“Só quem conhece o famoso livro do poeta trasmontano pode compreender o enlevo, o prazer com que as meninas daquela época, da idade em que o primeiro amor desabrocha, não teriam lido os versos adoráveis do Martim de Lucena!
“De todos os poemas que compõem o seu Romanceiro, naquele em que Pizarro foi verdadeiramente admirável na grandeza e na naturalidade elegante é sem dúvida o Frei Luís de Sousa que Camilo suscitou o reparo de ter o drama de Garrett aparecido três anos depois.
"Quem lesse as oitavas do snr. Pizarro, diz Camilo, sentiria para logo a sublimidade dramática do sucesso; e se o leitor tivesse em si o ecce Deus de Garrett, faria ressaltar do poemeto do snr. Pizarro a formosa tragédia para a qual nunca se hão-de esgotar elogios nem lágrimas".
Pinto de Matos refere a edição considerando-a “estimada e não vulgar.”
Encadernações da época de pele inteira, gravadas a ouro nas lombadas e pastas, tendo ao centro das pastas a iniciais “M. L. R.”