SANDOVAL NÚ, E CRÚ. Lisboa: Na Officina da Horrorosa Conspiração. Anno de 1823. — ‘Rua Formosa N.º 42.’ [Forno do Tijolo 16 de Agosto de 1823]. In-8.º gr. de 40 págs. Desenc.
Folheto publicado sob pseudónimo, registado por ‘Innocêncio’ nas ‘Memórias para a Vida Íntima de José Agostinho de Macedo’ como Obra sua.
Sandoval é, sem dúvida, Cândido de Almeida Sandoval, registado por Inocêncio no vol. II do seu Dicionário Bibliogafico, “cuja naturalidade e mais circunstancias não pude ainda apurar. – Tenho idéa de que exercêra por algum tempo em Lisboa a profissão de mestre de musica” [o que no folheto que anunciamos se confirma: “(…) eu nasci em Lisboa na Freguezia do Sacramento; appliquei-me ao Piano, e ando a Cavallo com regras de picaria! e não he mais nada ‘Sandoval’? Nada mais he ‘Sandoval’? (…)” Continua Inocêncio dizendo que “No anno de 1822 publicou em Lisboa ‘O Patriota Sandoval, Diario politico, scientifico e philosophico’, cujo primeiro numero sahiu em 7 de Janeiro, e que pouco durou. N’elle escreveu artigos de opposição virulenta ao Govêrno, com injurias pessoaes a alguns ministros e deputados em Côrtes, que provocaram contra elle uma querela por abuso de liberdade de imprensa. Sendo chamado a juizo, preveniu as consequencias evadindo-se do reino, para onde só voltou em Junho de 1823, depois de abolida a constituição e proclamado o governo absoluto”; publicou depois «O Oraculo», de que apenas saíram 5 números, combatendo num deles alguns escritos de José Agostinho de Macedo, o que o levou a emigrar de novo. Será o violento folheto que apresentamos da pena de Macedo?”