LEITÃO (João Fortunato).— SEGUNDA // POESIA // CAMPESTRE // DE // JOÃO FORTUNATO LEITÃO // MEDICO: // O CONTENTAMENTO, E O DESCANÇO // EM APLAUSO // DO // VENTUROSO NASCIMENTO // DA // SERENISSIMA // PRINCEZA DA BEIRA. // […] // LISBOA: // NA OFFIC. DE SIMÃO THADDEO FERREIRA. // ANNO M. DCC. LXXXXIII. // ‘Com Licença da Real Meza da Commissão Geral so- // bre o Exame, e Censura dos Livros. In-8.º de 15-[I] págs. Desenc.
Raro opúsculo, dado ao prelo por ocasião do nascimento da infanta Maria Teresa de Bragança, filha primogénita de D. João, Principe do Brasil [futuro Rei D. João VI] e da infanta Carlota Joaquina de Espanha.
“Esta Poesia he huma imitação do Polião de Virgilio: debaixo de huma allegoria seguida louva o seu Author o nascimento da nossa Princeza: desperta o Povo Portuguez na pessoa dos Pastores aque salte de contentamento, e lance fóra o susto de se ver, como antigamente, sujeito a dominio estrangeiro: e ultimamente, depois de pressagiar futuras felicidades, o persuade a que lhe offereça nas dadivas aldeãs (symbolo de amor) a propria vida para lhe sustentar a Coroa.
“O lugar da Scena he em hum monte perto do Téjo: O tempo, hum dia de Primavéra ao romper d’alva.”.
“O Author, como Catholico Romano, usa das fabulas dos gentios unicamente no sentido allegorico.”
Sobre o autor diz Inocêncio F. da Silva que “Se o auctor não foi melhor medico que poeta, é para lastimar a sorte dos pobres enfermos que lhe cahiram nas mãos!”.
No mesmo ano de 1793, publicou o autor, também na oficina tipográfica de Simão Thadeu Ferreira, «Poesias Campestres».