LEÃO (Gil Nunes do).— SONETOS // A // D. GUIOMAR, // FILHA DO DOUTOR // PEDRO NUNES, // SOBRE // A CUTILADA, QUE DEO EM COIMBRA, // EXTRAHIDOS // DE UM ANTIGO MS. EM 4.º, EM QUE MISCELLANEAMENTE // SE ACHÃO COLLIGIDAS MUITAS PEÇAS CURIOSAS EM PROSA // E VERSO PELO PROPRIO PUNHO DO COLLECTOR, // GIL NUNES DO LEÃO, // CONTADOR DOS CONTOS DO REINO E CASA, // SOBRINHO DO DESEMBARGADOR // DUARTE NUNES DO LEÃO. // (…) // COIMBRA, // NA REAL IMPRENSA DA UNIVERSIDADE. // ~~~// 1826. // ‘Com Licença da Real Commissão de Censura.’ In-8.º de 7-[I] págs. Desenc.
Extrahidos de um Antigo ms. em 4º, em que miscellaneamente se achão colligidas muitas peças curiosas em prosa e verso pelo proprio punho do collector, Gil Nunes do Leão, Contador dos Contos do Reino e Casa, Sobrinho do Desembargador Duarte Nunes do Leão. Coimbra, Na Real Imprensa da Universidade. 1825. In-8º de 7-I págs. B.
“Para intelligencia dos Sonetos, que publicamos, cumpre extrahir o seguinte da ‘Descripção do Reino de Portugal’ pelo Desembargador DUARTE NUNES DO LEÃO, Cap. LXXXIX ‘Do valor e animo de mulheres Portuguezas.’ «E para que se veja que em toda a idade tem as Portuguezas animos generosos e varonis, diremos o que pouco ha aconteceo a algumas donzellas, a que nem a idade, nem o sexo feminil impedio a execução de seos bons espiritos. Destas foi uma donzella moça de pouca idade, per nome D. GUIOMAR, que com seu pai o Dr. PERO NUNES, Cosmógrafo mór delRei, estava em Coimbra. ESta. tendo-lhe promettido um filho de um cidadão, seo visinho, que casaria com ella, e não cumprindo sua promessa, o mandou citar perante o Bispo da mesma cidade ‘(D. Manoel de Menezes)’, que as perguntas lhe quis fazer na Igreja de S. João. E negando o mancebo a promessa, que fizera, ella de improviso lançou mão a um canivete de um estojo, que comsigo trazia para seus lavores, e lhe dêo uma grande cutilada pelo rostro. (…). E porque ella soube que todos parentes e amigos do offendido e muita gente armada com elles estavão na ponte do Mondego, per onde suspeitavão que ella passasse para o mosteiro de S. Clara, onde seo pai a queria metter freira (…)”.
Raro e muito curioso folheto publicado em Coimbra.