COSTA (Francisca [de Paula] Possolo da).- SONETOS COMPOSTOS PELA ILL.ma SNRª D. FRANCISCA POSSÓLLO DA COSTA, recitados no Real Theatro de S. Carlos, e mandados imprimir por A…. R…. Lisboa: 1826. Na Imprensa da Rua dos Fanqueiros… In-8.º gr. de 15-I págs. B.
Sonetos recitados no Real Teatro de S. Carlos por ocasião do juramento da Carta Constitucional.
Rara edição, não registada por Inocêncio.
Francisca de Paula Possolo da Costa, poetisa, dramaturga e novelista portuguesa, é hoje considerada uma das pioneiras do movimento pré-romântico feminino em Portugal.
Diz Vanda Anastácio, colaboradora do «Dicionário no Feminino» que “Segundo testemunhos dos contemporâneos, havia um teatro particular na residência do casal, à Rua das Trinas, onde, para um público de familiares e amigos, eram representadas peças traduzidas ou adaptadas do francês por D. Francisca, que também nelas participava como actriz. (…) Pelos seus salões passaram por exemplo” D. Leonor de Almeida, a Marquesa de Alorna, Belchior Curvo Semedo, o Conde de Sabugal, Alexandre Herculano, Castilho, Garrett, etc. “num convívio que deixou marcas na História da Poesia e da Literatura Portuguesas. (…) Para além do seu papel como mediadora cultural, propiciando o intercâmbio entre os homens e mulheres de letras seus contemporâneos, Possolo da Costa foi autora de uma obra multifacetada, com incursões em géneros, como o melodrama e a novela, então pouco praticados, em Portugal, por mulheres. (…) Segundo A. F. de Castilho, a autora teria ainda escrito a obra ‘Carta do Conde de las Casas dirigida da Ilha de Santa Helena ao príncipe Luciano Bonaparte’, da qual não se conhecem exemplares. (…) De cunho vincadamente político e patriótico é o opúsculo ‘Sonetos compostos por D. Francisca Possolo da Costa e Recitados no Real Teatro de S. Carlos’, vindo a lume em 1826, testemunhando o envolvimento de D. Francisca de Paula na política contemporânea, declamando textos de sua autoria, publicamente, por ocasião da proclamação e juramento da Carta Constitucional em Lisboa.”