ATAIDE (Manuel Carvalho de).— THEATRO // GENEALOGICO, // QVE CONTEM AS // ARVORES DE COSTADOS // Das principaes Familias do Reyno de Portugal, & // suas Conquistas. // TOMI I. // ‘PELO PRIOR’ // D. TIVISCO DE // NASAO ZARCO, Y COLONA. // ———— // EM NAPOLES. // Por NOVELO DE BONIS, // Anno M. CX. II. [1703?] // ‘Com permissaõ dos Superiores.’ In-4.º gr. de IV-231 ff. E.
Em nota redigida por A. de Gusmão Navarro para a edição facsimilada do ‘Theatro Genealogico’ pode lêr-se: “Esta obra, a-pesar-de mencionar na portada que foi impressa em Nápoles em MCXII (1112) por Novelo de Bonis, é da autoria do Prior D. Tivisco de Nasao Zarco, y Colona, e é atribuida por todas as bibliografias a Manuel de Carvalho e Athayde, e citado como tendo sido impressa em Lisboa.
“Um exemplar que em tempos me foi mostrado, traz a seguinte nota que, por achar de muito interesse aqui reproduso com a ortografia própria: ‘— Este livro foi composto por Manuel de Carvalho de Ataide, arvore fls. 53, Pay do Marquez de Pombal e foi proebido por huma ley de El-Rei D. Pedro a qual se acha encorpada no livro 5.º titulo 102 e n’ella se declara que o mesmo livro contem notorios erros contra a verdade e por isso manda que não corra; mas posto que errou em algumas arvores sempre contudo he estimavel e seu autor foi muito noticioso; e genealogico; e a dita ley tem a data de 28 de agosto de 1703; e por isso o que se tem dito em contrario he erro pois he certo que o livro naõ podia ser composto depois que foi proebido, e a empereçaõ foi feita na data que tem mas naõ foi em Napoles como esta diz mas sim a bordo de hum navio Estrangeiro neste porto de Lisboa para onde foi a Empereça para este fim.’
“É muito curiosa esta nota, pois além de nos dar a versão de que o livro foi impresso a bordo de um navio estrangeiro, faz um desmentido ao que tem corrido, dizendo «pois he certo que o livro naõ podia ser composto depois que foi proibido», isto deve-se referir a uma história ainda hoje corrente e que é a seguinte: que o pai do Marquês de Pombal fizera o livro por indicação de seu filho, para esconder qualquer ‘mazela de sangue’ que maculava os Carvalhos da Rua Formosa. (…)
“Diz o Snr. Dr. Eduardo de Campos C. A. Soares na sua ‘Bibliographia Nobiliarchica Portuguesa (Vol. II, pág. 180) que parece a obra ter sido impressa em Lisboa no ano de 1703.
“Innocencio tambem diz ter sido impressa em Lisboa dizendo que o pseudonimo de D. Tivisco já tinha sido usado por Fr. Jeronimo de Souza.”.
Edição bastante estimada e valiosa, registada nos importantes catálogos das bibliotecas de José Maria Nepomuceno [Luis Trindade]; Fernando Palha; Condes de Azevedo e de Samodães [José dos Santos]; ou na ‘Bibliografia Geral’ [Manuel dos Santos].
Encadernação contemporânea gravada a ouro, com rótulo e nervuras na lombada, sem vestígios de restauro.
Exemplar com algumas anotações manuscritas. Com vestígios de água pouco pronunciados a partir de págs. 165 até o final.