PACHECO (Francisco Pinto).— TRATADO // DA // CAVALARIA // DA GINETA, // COM A DOCTRINA DOS MELHORES // Authores. // ‘DEDICADO’ // AO SERENISSIMO PRINCIPE DE // Portugal // DOM PEDRO // Nosso SEnhor. // ‘Pello Capitão’ FRANCISCO PINTO PACHECO // ‘Cavaleiro Fidalgo da Casa de S. Alteza, & // professo da Ordem de Christo.’ // [brazão com as armas de Portugal] // LISBOA, // Na Officina de IOAM DA COSTA. // ——— // M. DC. LXX. // ‘Com todas as licenças necessarias. In-4.º peq. de XVI-210-II págs. E.
Clássico da nossa literatura da especialidade, minuciosamente descrito por José dos Santos no importante ‘Catálogo da Livraria do Conde do Ameal’’: “Obra, no seu género, muito interessante e apreciada; incluída na lista dos livros portuguêses considerados clássicos, e por isso duplamente estimada. (…). MUITO RARA. (…)”.
Edição de apurada execução gráfica, adornada de letras capitais de fantasia, cabeções de enfeite e florões de remate abertos em madeira, documentada com um retrato do autor, em corpo inteiro, a cavalo e VII xilogravuras ilustrativas e de acompanhamento do texto propriamente dito.
Sobre o autor, diz Barbosa Machado que foi “natural da Cidade de Tanger situada na Regiaõ de Africa onde foy Capitaõ mòr, Cavalleiro da Ordem de Christo, Comissario do Tribunal da Consciencia, e Ordens, e Fidalgo da Casa de Sua Magestade. (…). Sendo instruido nas artes dignas do seu nobre nascimento se distinguio em a da Cavallaria alcançando por ella as mayores estimaçoens dos seus mais peritos professores, e para que formasse discipulos de taõ nobre exercicio, escreveo” este ‘Tratado da Cavallaria da Gineta’.
Xavier da Cunha, na obra «Impressões Deslandesianas», refere o ‘Tratado da Cavalaria da Gineta’, por terem sido aproveitadas mais tarde, por Valentim da Costa Deslandes, algumas das xilografias utilizadas nesta edição; diz ainda o eminente bibliógrafo que “a cabeça ornamental das serpentes com o escudo das tres flores-de liz, e aquela que em tosca imitação traz substituidas pelas armas-reaes de Portugal as de França, — mostra que foi o nosso João da Costa, o proprio que adquiriu em França a das flores-de-liz, quem mandou em Lisboa gravar a do escudo das quinas.” (…)”.
Martins de Carvalho refere no «Diccionário Bibliographico Militar Portuguez’ que “Na livraria do distincto romancista Camillo Castello Branco, vendida ha tempos, existia o manuscripto original d’esta obra. Tinha na margem inferior da primeira pagina a assignatura do grão-mestre da ordem de Malta, D. Antonio Manuel de Vilhena”.
Com falta do raríssimo retrato do autor, em corpo inteiro, a cavalo.
Encadernação contemporânea de pele inteira.