SHARP (S.) [Trad. SARMENTO (J. de Castro)].— SHARP (S.).- TRATADO // DAS OPERAÇOENS // DE // CIRURGIA, // COM AS FIGURAS, E DESCRIPC,AM // dos Instrumentos de que nellas se faz uzo, e // huma Introducçaõ sobre a natureza, e // Methodo de tratar as Feridas, Absces- // sos, e Chagas. // ‘Traduzido em Portuguez da quarta ediçaõ’ // DE // MONS. S. SHARP, // Cirurgiaõ do Hospital de Guy de Londres. // ‘POR’ // J. DE CASTRO SARMENTO, // ‘Doutor em Medicina, do Collegio Real dos Me- // dicos, e Socio da Real Sociedade.’ // Que lhe ajunta, e accrescenta a Materia Cirurgica, // ou todas as composiçoens, e remedios da pre- // zente Pratica dos Cirurgioens de Ingla- // terra, e as coizas mais principaes, e // precizas na Cirurgia. // LISBOA, // Na Officina de Joseph de Aquino Bulhoens. // —— // M.DCC.LXXIII. In-8.º de XII-315-I págs. E.
Edição bastante rara, documentada com 15 estampas impressas em plena página [dim. 13x19cm], e ainda mais 2 desdobráveis [dim. 34×19 cm], todas com a representação de muitos dos utensílios utilizados na época.
Sobre Jacob de Castro Sarmento, natural de Bragança, diz Innocêncio: “Sendo já Mestre em Artes pela Universidade de Evora, e Bacharel formado em Medicina pela de Coimbra, onde tomou o grau em 1717; sahiu de Portugal quatro annos depois, não tanto ao que parece com o designio de aperfeiçoar-se nas sciencias medicas, quanto levado da necessidade de fugir aos rigores da Inquisição, como sectario do hebraismo, de que fez depois profissão publica em Londres, para onde se retirou, mudando o nome de Henrique no de Jacob, e tornando-se um dos rabbis mais conspicuos da synagoga d’aquella cidade. Ahi passou o resto da sua vida, entregue ao estudo e pratica da medicina e sciencias accessorias, e adquiriu tamanho credito, que mereceu ser nomeado Membro do Collegio Real dos Medicos, e Socio da Sociedade Real da mesma cidade em 1730. (…)
“Este insigne portuguez, sendo um dos que mais aproveitaram no tracto das nações extranhas, foi tambem dos que mais concorreram para naturalisar em Portugal os principios e o gosto da moderna philosophia. (…)”.
Encadernação contemporânea em inteira de pele. Desde as páginas 223 até ao final do volume, o exemplar apresenta cortes de traça que apesar de ofender a mancha tipográfica, não impedem a sua leitura. Algumas das gravuras encontram-se descoladas do volume.