MARIA (M.) [Trad. ROCHA (José Monteiro da)].— TRATADO // DE // MECHANICA // POR // M. MARIA // ‘DA CAZA, E SOCIEDADE DE // Sorbonna, Censor Regio, e Professor de // Mathematica no Collegio Mazarino.’ // Traduzido do Francez. // [brasão com as armas Reais de Portugal] // COIMBRA: // NA REAL OFFICINA DA UNIVERSIDADE. // ====== // M. DCC.LXXV. // ‘Por Ordem de Sua Majestade, e com Privilegio.’ In-8.º de XVI-359-[I] págs e XII estampas. E.
Primeira edição, com interesse para história da Reforma Pombalina dos estudos superiores.
Edição ilustrada com XII estampas impressas à parte e em folhas desdobráveis, ilustrativas de exemplos e instrumentos científicos.
Obra antecedida pelo ‘Alvará’ de 16 de Dezembro de 1773 que transfere para a Universidade de Coimbra o Privilégio exclusivo para as impressões dos Livros Classicos dos Estudos Matemáticos, cessando assim aqueles que antes foram concedidos ao Colégio Real de Nobres: “(…) Havendo eu Ordenado pelos Estatutos Novissimos, com que Restaurei, e Mandei de novo fundar a Universidade de Coimbra , que os Estudos das Sciencias Mathematicas constituissem nella huma indispensavel Faculdade: E sendo ao mesmo fim Servido pela Minha Carta de Ley de dez de Novembro de mil setecentos setenta e dous abollir, e cassar os Titulos Nono, e Decimo dos Estatutos do Collegio Real dos Nobres; pelos quais os referidos Estudos deviaõ tambem ser ensinados no sobredito Collegio; para que só, e unicamente fossem promovidos, e cultivados na dita Universidade, (…)”.
José Monteiro da Rocha, notável matemático, “ainda criança foi para o Brasil, estudou no colégio dos jesuítas na Baía e professou na mesma congregação, que abandonou após a sua expulsão ordenada pelo marquês de Pombal, em 1759. Conservou-se desde então no Brasil, onde granjeou simpatias e admiração pela sua inteligência e pelo seu saber. Esta fama chegou ao conhecimento do marquês de Pombal, que o chamou a Portugal, apesar de jesuíta, para colaborar na elaboração dos novos estatutos da Universidade de Coimbra. A seu cargo ficou a parte relativa às Ciências e à Matemática, que veio a ser considerada uma das mais notáveis dos estatutos. Na reorganização do corpo docente da Universidade, determinada pela reforma, foi-lhe conferido o grau de doutor (…) e incorporado na Faculdade de Filosofia (…). No começo desta sua carreira entregou-se ao modesto trabalho de traduzir os compêndios franceses para a regência das aulas. Em 1773 passou a reger a cadeira de Astronomia, em que realizou os seus trabalhos mais notáveis. Em 30-V-1776 foi escolhido para exercer por três anos o cargo de principal do Colégio dos Nobres. Ao fundar-se a Academia das Ciências, foi nomeado (…), sócio fundador, juntamente com todos os eminentes homens de ciência do seu tempo. (…) Em 4-IV-1795, foi nomeado director-perpétuo da Faculdade de Matemática e do Observatório da Universidade de Coimbra. (…). Nomeado vice-reitor da Universidade, em 1880, prestou relevantes serviços na regulamentação de uma severa disciplina universitária, bem como regulamentou o funcionamento da biblioteca da Universidade. (…). O proncipe regente D. João chamou-o a Lisboa para lhe confiar o encargo de professor dp príncipe D. Pedro e dos infantes seus filhos. (…) [’in’ G. E. P. B.]
Encadernação contemporânea de carneira, com rótulo e profusamente gravada a ouro na lombada.
Com falta da folha de anterrosto.