CÂMARA (Marta de Mesquita da).— TRISTE. Empr. Indust. Gráf. do Porto, Lda. [S.d. – 1924]. In-8.º peq. de 96 págs. B.
Primeira das duas edições do livro de estreia de Marta de Mesquita da Câmara, poetisa e jornalista portuense, considerada por Jaime Cortesão, "pela elevação do sentimento e vigor da forma, a primeira poetisa portuguesa".
No final, com uma carta de Leonardo de Coimbra que, a pedido da autora, redigiu algumas palavras a propósito da impressão que deixou a leitura destes versos: “(…) V. Ex.ª, minha senhora, canta como nenhuma outra mulher, o abandono do amor humano, canta, como nenhuma outra, no soneto «Ternura», a intimidade humana e quasí divina da mulher; toca, em alguns sonetos especialmente no primeiro e no terceiro da «Saudade», a vida transcendente a que a Saudade nos prende, ou antes, de que a SAudade é a Maré. (…) Destaco os sonetos de amor «Sou pequenina», «A tua voz», «Feliz», «Risteza», «Feia…», «Quando passas»: os senetos de vôo metafísico «Porquê, senhor?»e os dois da «Saudade»; os sonetos onde a transitividade da vida aflige «A uma pequenina», «Ser mulher»; o soneto dos humildes heroísmos «A minha Mãe» e êsse belíssimo soneto «Ternura», onde passa o sôpro do Eterno feminino.”
VALORIZADO COM DEDICATÓRIA DE HOMENAGEM DA AUTORA.