THOREL (Jean Baptiste) [GALVÃO (Joaquim de Santo Agostinho Brito França)].- A VOZ DA NATUREZA SOBRE A ORIGEM DOS GOVERNOS. Tratado em dous volumes, traduzido da segunda edição franceza, publicada em Londres em 1809. Lisboa: Na Impressão Regia. Anno de 1814. 2 vols. In-8.º de XVI-IX-I-401-III e XVI-368-II págs. E.
Primeira edição portuguesa, publicada sem o nome do autor ou do tradutor.
Acerca da autoria desta Obra, escreveu Nuno Espinosa Gomes da Silva um importante estudo bibliográfico nos ‘Estudos Jurídicos e Económicos em Homenagem ao Prof. Doutor António de Sousa Franco’ publicados pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Neste estudo atribui a autoria da ‘Voz da Natureza’ a Jean-Baptiste Torel, lamentando ainda lhe não ter sido possível conhecer a verdadeira identidade do autor.
Sobre a esta obra diz: “Estamos em 1814, no pós-invasões francesas, com o Príncipe D. João, no Brasil, e uma Junta, regendo Portugal. Napoleão caíu (ou está a cair), as monarquias europeias regressam ou consolidam-se, e procuram destruir as sementes liberais, trazidas pela Revolução Francesa. Atacam-se as Luzes, ‘les Philosophes’. Ora, ‘A Voz da Natureza’, é, precisamente, um dos instrumentos escolhidos para, uma vez traduzido em português, actuar o pensamento contra-revolucionário, mediante a análise crítica de um dos seus símbolos — Rousseau.”.
Innocêncio refere uma biografia inédita de Joaquim de Santo Agostinho Brito França Galvão escrita por João Baptista da Silva Lopes, que existe na Secretaria da Academia R. das Sciencias, fonte de onde extraiu a maior parte das informações.
Joaquim Galvão, natural de Tavira, foi eremita calçado de Santo Agostinho, licenciado em Teologia pela Universidade de Coimbra em 1793, sócio da Academia Real das Ciências de Lisboa e por ela encarregado de examinar os cartórios do Reino. Passou em 1798 para Freire conventual da Ordem de S. Bento de Avís, e no anno seguinte foi nomeado Abbade de S. Tiago de Lustosa, no arcebispado de Braga.
Bonitas encadernações da época, de pele inteira, decoradas com rótulos e gravações a ouro na lombada. Com as dobras das pastas fragilizadas, estando a pasta da frente do segundo volume solta.