Ressalvadas algumas honrosas excepções – devidamente assinaladas noutro local desta revista-, não abundam no Porto as boas livrarias. Por contraste, o panorama dos alfarrabistas é francamente mais estimulante. Se é dos que gosta de descobrir preciosidades em velhas prateleiras de livros empoeirados, aqui ficam algumas sugestões. Comece pela Livraria Manuel Ferreira, na Rua Formosa, que é – as verdades são para se dizer – o melhor alfarrabista português. Os catálogos que edita, além de competentes e bonitos, são um utilíssimo instrumento de consulta bibliográfica. Mas, atenção: a visita à loja pode decepcioná-lo, já que a livraria vende, sobretudo, por catálogo, e apenas tem à vista uma ínfima parte do que oculta nos seus gigantescos armazéns.
Daqui pode seguir logo para a zona do Carmo, que é um autêntico viveiro de alfarrabistas.Antes de mais, a velha Académica, com o seu acervo monumental, onde tanto se encontram edições antigas e raras como livros recentes. E os preços raramente são especulativos. Podem ser até francamente módicos se o proprietário simpatizar consigo. sportfogadas tippmix Chama-se Nuno Canavez, é transmontano dos quatro costados e o mínimo que se pode dizer é que tem carisma.
De vez em quando há mesmo alguém que se ressente de uma tirada mais desconcertante e que jura não voltar a pôr lá os pés. No entanto, também já o vimos oferecer livros a jovens estudantes de indumentária duvidosa e recursos presumivelmente limitados. Mas veja lá, leitor, não vá agora lembrar-se de vestir as calças que usa para a jardinagem, a ver se lhe calha alguma coisa na rifa. O homem tem bom coração, mas não é parvo.
Dos muitos alfarrabistas desta zona, refiram-se mais três: a Livraria Vieira, perto do Auditório Carlos Alberto, com boa oferta no domínio da literatura portuguesa, a antiquíssima Moreira da Costa, que já não terá o relevo de outros tempos, mas que continua a ser uma livraria simpática, pelo espaço e pelo atendimento, e a Sousa e Almeida, na Rua da Fábrica, muito forte na historiografia e na edição galega.
Se lhe interessam os trabalhos monográficos sobre povoações portuguesas, é ainda indispensável dar um salto à urbanização do Graham (vulgo “o Foco”), junto à Avenida da Boavista, e visitar a Livraria Esquina. bukméker állás
Como o leitor, caso não seja portuense e esteja apenas de visita, não se quereria ir embora sem dar uma vista de olhos à Ribeira, guardamos para o fim os dois alfarrabistas da Rua das Flores. O mais recente é a livraria João Soares, que interessa sobretudo aos leitores de ficção nacional e estrangeira. A outra é a casa Chaminé da Mota, há muito instalada nesta rua , embora nem sempre no mesmo sítio, que, essa sim, é de visita obrigatória. Além de oferecer mais ou menos o que oferecem todos os bons alfarrabistas, Chaminé da Mota tem-se vindo a dedicar sistematicamente à edição popular. melyik a legjobb fogadoiroda Quer descobrir os esgotadíssimos sete volumes do Visconde de Bragelone, de Alexandre Dumas?Gostava de voltar a ler os livros de Salgari que lhe fizeram as delícias da infância? Faltam-lhe alguns números da “Vampiro” ou da “Argonauta”? Está no sítio certo. E lembre-se de pedir para visitar a cave. É uma autêntica gruta de Ali-Babá, com as suas intermináveis filas de estantes que vão do chão ao tecto. Agora veja lá é se não troca os livros de sítio. O autor destas linhas demorou alguns anos a familiarizar-se com os peculiares critérios de arrumação utilizados e agradecia que não lhe trocassem as voltas.