CARTA // ESCRITA A HUM // LAVRADOR DO DOURO // RESIDENTE NESTA CIDADE, // TRANSCRIPTA DO PORTUGUEZ CONSTITUCIONAL, N. 73. [NA TYPOGRAFIA ROLLANDIANA. COM LICENÇA DA COMMISSAÕ DE CENSURA.]. In-4.º peq. de 8 págs. Desenc.
Raro opúsculo, com interesse para história do comércio dos vinhos do Douro para o Brasil.
Segue-se à ‘Carta escrita a hum Lavrador do Douro residente nesta Cidade’ acima referida, (datada na Régua a 25 de Março de 1821), outra, datada no Porto a 16 de Março do mesmo ano, assinada ‘Manoel Joaquim Moreira’, intitulada ‘Carta escripta ao Secretario do Soberano Congresso o Ill.mo e Ex.mo Senhor Joaõ Baptista Felgueiras’ que começa com as seguintes palavras: “O desejo, e obrigação que tenho de ser util á minha Patria, me constitue no dever de communicar a V. Ex.ª as minhas seguintes reflexões, para serem presentes ao Soberano Congresso Nacional.
“Tendo eu lido em os N.ºs 47, e 48 do Periodico — Mnemosine Constitucional — a Memoria de hum Lavrador do Douro — Felis Manoel Borges Pinto de Carvalho — cuja Memoria, destinada a sobir á presença do Soberano Congresso Nacional, contém factos em parte falsos, e em parte desfigurados, de modo, que todos induzem erros de grande consideração; julgo meu dever como habitante do Alto Douro, como Auctor da Memoria impressa em Paris a que elle na sua se refere, e como Cidadão Portuguez, dirigir á presença do mesmo Soberano Congresso a fiel exposição dos factos alli lembrados, considerando-os debaixo do ponto de vista o mais verididico a que me seja possivel reduzi-los.
“O Auctor da Memoria trasladada na Mnemosine, está muito mal informado dos factos de que se propôz informar ao Soberano Congresso: até me admira haver hum Lavrador do Douro, que de boa fé profira, ou assigne hum papel em que a verdade se desfigura taõ conhecidamente. (…)”.