RODRIGUES, S. J. (Francisco).— AINDA O AUTOR DA “ARTE DE FURTAR”. Lisboa. 1945. In-8.º gr. de 14-II págs. B.
Invulgar separata da revista «Brotéria», com interesse para a história do muito debatido e apaixonante problema da autoria da «Arte de Furtar».
“Mais uma vez nos vem à balha o autor da «Arte de Furtar»! Completaram-se, precisamente nestes anos, dois séculos de debatem desde 1744 a 1945, e os críticos não se fartam de lutar, nem se cansam de andar em busca do misterioso autor dessa Arte. (…).
“No ano de 1940, apresentámos no Congresso do Mundo Português e na sessão de 10 de Julho, um documento escrito que nos revelava, finalmente, o nome, até então desconhecido, do autor da «Arte de Furtar». O documento era autêntico e coevo da composição da Arte, e o autor procurado chamava-se Manuel da Costa, e era natural da Granja, aldeia do concelho de Mourão, no Alentejo, e membro da Companhia de Jesus. (…)
“Num opúsculo de vinte e tantas páginas publicámos, em 1941, pela imprensa, a memória que lemos naquela sessão do Congresso.
“Mas eis que no ano seguinte de 1942 vem à luz um artigo, também publicado em separata, de autor para nós desconhecido [Joaquim Ferreira], a contraditar quanto afirmámos no nosso opúsculo do ano antecedente.
“A tese do nosso contraditor aparecia clara e arrojada e poderia, disse êle, ‘parecer audaciosa’. Sustentava que o autor da «Arte de Furtar» não era o P. Manuel da Costa e só podia sê-lo D. Francisco Maniel de Melo.
“Provocado pelo arrôjo do adversário, saímos-lhe, em 1944, ao encontro com o novo opúsculo, em que lhe refutamos todos os argumentos (…)
“Oito ou nove meses depois de se ter divulgado êste opúsculo, atira o Sr. Joaquim Ferreira para o mercado com um livro de 440 páginas, e quere, com êsse livro, deribar, a todo o custo, de seu pedestal o P. Manuel da Costa, e levantar nêle a D. Francisco Manuel de Melo. (…)”
Com dedicatória do autor.