LIMA (David Martins de).— A CAMPANHA DOS CUAMATOS. Contada por um soldado expedicionario. Lisboa. Livraria Ferreira — Editora. 1908. In-8.º de 231-V págs. E.
Primeira e única edição, de bastante raro aparecimento no mercado.
Relato dos feitos praticados durante as operações aos cuamatos, comandada pelo Capitão José Augusto Alves Roçadas antes da Primeira Guerra Mundial. Desde o acordo luso-alemão em 1886 que o governo português estava com sérias dificuldades para controlar a resistência deste grupo étnico assim como de outras populações nativas do território de Ovampo, o que motiva o governo português a fazer reforços militares no ano de 1904.
Já em 1905 é enviada uma campanha liderada pelo Capitão Luís Pinto de Almeida com um destacamento de apenas 500 soldados em território Ovambo, completamente dizimados por uma força de 15.000 Cuamatos, episódio conhecido como o ‘Massacra do Pembe’. Encorajados por esta vitória, outros povos nativos do Sul de Angola começam também a se revoltar, juntando-se povos da Chibia, Humbe e Gambos. É neste contexto de revolta e caos que o governo portuguêes nomeia o capitão José Augusto Alves Roçadas, governador em Huíla em 1905 onde decorriam as campanhas de pacificação. Tomada a posse, inicia as operações militares no território a leste de Huíla, habitado pelo grupo étnico dos mulondo, de onde sai morto o soba Haugulo, líder do grupo. Mais tarde, as campanhas portuguesas conseguem expandir-se para sul do distrito ao longo do vale do rio Calculevar e ocupam Pocolo, Bela-Bela e Jau e acabam por fundar o Forte Roçadas novamente em terras do povo cuamato.
Encadernação de modesta execução, com lombada em imitação de pele. Conserva as capas da brochura e tem assinatura de posse, da época, no anterrosto.