TORRES (Miguel Joaquim Marques).— [travessão de enfeite] // CARTA // DIRIGIDA AO SENHOR ‘J. J. L., // Em resposta a uma Carta inserta na Gazeta de Lisboa // n.º 160.’ [NA NOVA IMPRESSÃO SILVIANA. ANNO DE 1827. // Travessa da Portaria das Freiras de Santa Anna N.º 2. // [travessão de enfeite] // ‘Com Licença. // —— // ‘Vende-se na Loja de Antonio Marques da Silva, na Rua Augusta N.º 199.’ In-4.º de 8 págs. Desenc.
Curioso e muito invulgar folheto, publicado a propósito de uma carta dirigida ao “Senhor Redactor da Gazeta” de Lisboa difundida no n.º 160 daquele periódico que reagia a uma outra intervenção publicada no n.º 158 onde se fazia anúncio de uma “2.ª Carta do Amigo de Lisboa ao do Rio de Janeiro, combatendo as do P. J. A. de Macedo contra os Redactores do ‘Português’.
Toda esta contenda a propósito da publicação de nova publicação da tragédia «Bruto» de Voltaire [quinta edição da tradução de José Pedro de Azevedo Sousa da Câmara], dada à imprensa, conforme o opúsculo que agora apresentamos, também em Lisboa no ano de 1827, na Nova Impressão Silviana.
Pode ler-se no n.º 160 da «Gazeta Lisboa»: “Ao chegar porém ao fim da dita 2.ª Carta, volto a pagina, e vejo annunciadas algumas obras novamente publicadas, e entre ellas a Tragédia Bruto, de Voltaire, tradusida em verso Portugues. (…) essa Tragedia está traduzida ha muitos annos, e se imprimio em ‘Calcutá’ [1806] (por sinal com muitos erros typographicos) por não obter licença em Portugal; (…); mas lêa-se muito embora; que todos sabem qual seja o fim, e o veneno desta peça….(…)”. Porque quando da Tragedia Bruto se disse em toda a parte, e em todos os tempos desde que sahio á luz, que era hum arsenal de invectivas contra os Reis, e contra o Governo Monarquico, e a favor do Systema Republicano, ver agora por magica sahir o contrario da sua leitura, será cousa que espante o juizo humano, e que marque huma época estrondosa na historia das Nações. (…)”.