CARTA // EM RESPOSTA // A // HUM AMIGO, // Na qual se dá noticia da Ilha Antilia, // ou de S. Borondon, ou Santa Cruz, // vulgarmente denominada // A // ILHA ENCUBERTA. // [florão tipográfico] // LISBOA M. DCCCXV. // Na Officina de Simão Thaddeo Ferreira. // —— // ‘Com licença da Meza do Desembargo do Paço.’ In-8.º peq. de 40 págs. B.
Supostamente localizada no Atlântico, a lendária Ilha Antília, também conhecida por Ilha das Sete Cidades, de S. Borondón, de Santa Cruz ou ‘A Ilha Encuberta’ foi objecto de ficção literária ao longo dos séculos, inspirando desde sempre a exploração marítima atlântica.
“Depois que em Portugal apparecêrão as trovas do decantado Bandarra, he que mais geralmente se fallou na Ilha Encuberta, passando depois a filhos, entre a gente vulgar, a indiscreta asserção da existencia desta Ilha; porque assim o sonhára o dito Bandarra nas trovas primeira primeira, e quinta do seu sonho (…).
“Não entrando porém na questão de ser, ou não Bandarra verdadeiro Profeta, por não ser necessario para as noções, que V.m. de mim exige, direi que já antes de Bandarra houverão Escriptores que fallárão nesta Ilha; e depois della tem havido muitos, os quaes affirmão ter ella existido com o nome de Antilia, e que fora povoada de Portuguezes quando os Mouros invadírão as Hespanhas, no tempo de D. Rodrigo (…).”
O autor justifica nesta ‘Carta’a existência destas lendárias Ilhas, recorrendo a textos de Bandarra, António de Sousa Macedo, Fr. Manuel dos Anjos, Julião de Castilho, António Galvão, Manuel de Faria, Santo Anselmo, Bispo de Cantuária, Bluteau , Fr. Henrique de Santo António, Fr. Bernardo de Brito e P. António Cordeiro.
Com vestígios de bicho e mancha de água na margem inferior que não ofendem a mancha tipográfica.