ASCENSÃO (Frei Manuel da) & MENEZES (Frei Pedro de).— CEREMONIAL // DA CONGREGAC,ÃO // DOS MONGES NEGROS // DA ORDEM DO PATRIARCHA // S. Bento do Reyno de Portugal. // ‘NOVAMENTE REFORMADO, E // apurado por mandado de Capitulo pleno, sendo Reuerendissimo // Geral da dita Congregação o Doctor Frey Antonio Carneyro // Lente jubilado em a sagrada Theologia’. // FORÃO INTENDENTES NESTA OBRA OS PADRES MESTRES // Frey Manoel d’Ascensão; & Frey Pedro de Menezes Monges da mesma Ordem. // [Gravura aberta a buril em chapa de cobre representando um grupo de monges ajoelhados, avultando ao centro o Patriarca S. Bento, subscrita, L. Vorsterman fecit] // EM COIMBRA // ‘Nas Officinas de Diogo Gomez de Loureyro, & de // Lourenço CraesbeecK [sic] Anno’ 1647. // ‘Com todas as apouações, & licenças necessarias. [no cólofon: EM COIMBRA // ‘Nas Officinas de Diogo Gomez de Loureyro, & de // Lourenço CraesbeecK Anno’ 1647. Com todas as aprouações, & licenças necessarias. In-4.º gr. de VIII págs. prels. inums. e LXXVIII nums. E. no mesmo volume:
—– LIVRO II. // ☙ DO ❧ // CEREMONIAL // DA CONGREGAC,AM // DO PADRE S· BENTO // Dos Reynos de Portugal. // ‘Em o qual se trata da celebração da Missa, & de outros Officios // adjunctos, que se costumão celebrar na Igreja, & Altar’. // Diuide-se este segundo Liuro em dous Titulos. No primeyro se propõem as Regras // necessarias pera a celebração do Sacrosancto Sacrificio da Missa. No segundo se trata // dos outros Officios adjunctos, como são a Benção, & Procissão // das Candeas, da Cinza, Ramos, &c. // ‘Item dos Ornamentos, vazos sagrados, & mais requisitos, assim pera // a Missa, como pera os ditos Officios’. // [Gravura a buril com as armas da Ordem de S. Bento] // EM COIMBRA. // ‘Na Officina de Diogo Gomez de Loureyro. Anno 1647. [no fim, a págs 263: EM COIMBRA. // ‘Na Officinas de Diogo Gomez de Loureyro, Anno’ 1647. // Com todas as Licenças necessarias]. In-4.º gr. de 263-I págs. E.
Edição proficientemente descrita por José dos Santos no inestimável ‘Catálogo da Livraria dos Condes de Azevedo e de Samodães’, de grande importância para a história do culto e ofício divino celebrado na ‘Congregação dos Monges Negros de S. Bento dos Reinos de Portugal’, fundada em 1567 após decisão do Concílio de Trento e só a partir de 1647 servida de um Ceremonial impresso.
Do texto de justificação transcrevemos: “FR. ANTONIO CARNEYRO GERAL DA CONGREGAÇÃO DO Patriarcha S. Bento de Portugal, Doctor, & Lente jubilado em a S. Theologia. Dezejando nos com o Divino favor, comprir inteyramente com as obrigações de nosso Officio: & considerando como hũa das mais principaes, & mais propria delle, he o zelar, & procurar o augmento, & perfeyção dos Divinos Officios assim do Coro como do Altar, como tambem a observancia da disciplina Regular, & costumes religiosos (como couzas em que tanto consiste o concerto, splendor, & fermosura da Religião, & estado Monachal) puzemos todo o cuydado, & diligencia em que pera se naõ faltar a este fim, (conforme a commissão de Capitulo geral) se reformasse, apurasse, & imprimisse o nosso Ceremonial: porquanto, por ser atè agora manuscripto, causava algũa diversidade nas Ceremonias de hũs, & outros Mosteyros; & por antiguo em algũas couzas discrepava do novo, & reformado Missal, & Breviario de que vzamos. (…)”
Edição impressa a duas colunas, decorada com letras capitais de fantasia; no final do Livro I, com uma xilogravura de remate representando a virgem com o menino ao colo, coberta por um manto suportado por dois anjos. No final do Livro II com o respectivo “Registo, ou Assinatura.” onde se dá nota da respectiva foliação.
Obra clássica, muito estimada e bastante rara, composta por: "LIVRO PRIMEYRO (…) Em que se trata das Ceremonias que pertencem às Horas Canonicas que no Choro, Igreja, & capitulo se cantão, ou rezão, & de alguns actos, & officios que a elles andão juntos: & dos Sacramentos que a os enfermos se administrão" [Do tanger dos sinos | Dos Officios do Choro, & das ceremonias que lhes pertencem | Das ceremonias que o Convento faz no Officio Divino | Das ceremonias de cada hũa das Horas do Officio Divino em espicial | Das ceremonias que em particulares dias do anno se fazem, & outros actos espirituães q nos taes dias se exercitão | Das Procissões que se fazem pello discurso do Anno | Como se administrão os Sacramentos aos enfermos; como se sepultão os mortos, & dos Suffragios que se fazem pellos defunctos]. "LIVRO II. (…) Em o qual se trata da celebração da Missa, & de outros Officios adjunctos, que se costumão celebrar na Igreja, & Altar…" [Titulo primeyro do Officio, & Ceremonias da Missa | De cada parte do Officio da Missa em particular | Do Officio proprio, ou Missa propria pera todas as Festas, & dias do Anno | Das tres Missas Conventuaes, que cada dia se dizem nos nossos Mosteyros | Das ceremonias commũns da Missa rezada, & cantada | De algũas ceremonias particulares da Missa, em dias particulares | Da Missa em que o Abbade, não celebrando em Pontifical, uza de Mitra, & Baculo | Dos Ministros das Missas cantadas | Dos Acolythos | Do Mestre das Ceremonias | Dos Officios, & Bençãos que se fazem no Altar | Da preparação dos Altares. Ornamentos. & vazos sagrados, pera a Missa & Officios sobreditos | Do Sacristão].
"LIVRO TERCEYRO (…) Em que se trata das Ceremonias Monachaes que não pertencem ao Choro, & Altar. Item da Pauzas do que se le, & canta". [Das ceremonias pertencentes aos Noviços, & novamente Professos | Do Capitulo das culpas, & do exercicio das penitencias regulares | Dos Actos de mortificação, & humildade que os Monges fazem Conventualmente | Da composição dos Monges, & do modo de falar, & de escrever | Das ceremonias, & dos Officiaes do Refeytorio | Das ceremonias que pertencem a algũs officiaes do Mosteyro | Das ceremonias que se fazem no recebimento de algũas pessoas constituidas em dignidades | Das Pauzas, & Entoações que se uzão na nossa Congregação.
Encadernação contemporânea inteira de carneira, muita deteriorada; pastas gravadas a seco, ao centro com uma cruz de composição tipográfica composta por vinhetas, ladeada por filetes; na lombada, com nervuras e ferros fundidos a ouro.
Exemplar cansado, com vestígios de humidade e alguns pequenos cortes de traça.