SILVA (José de Seabra da).— DEDUCÇÃO // CHRONOLOGICA, E ANALYTICA. // ‘PARTE PRIMEIRA’, // NA QUAL // SE MANIFESTÃO PELA SUCCESSIVA SERIE DE CADA HUM // dos Reynados da Monarquia Portugueza, que decorrêrão desde o Go- // verno do Senhor Rey D. João III. até o presente, os horrorosos // estragos, que a ‘Companhia’ denominada ‘de Jesus’ fez em Portugal, e // todos seus Dominios, por hum Plano, e Systema por Ella inalte- // ravelmente seguido desde que entrou neste Reyno, até que // foi delle proscripta, e expulsa pela justa, sabia e pro- // vidente Ley de 3. de Setembro de 1759. // DADA Á LUZ // PELO DOUTOR // JOZEPH SEABRA DA SYLVA // ‘Desembargador da Casa da Supplicação, e Procurador da COROA’ // DE S. MAGESTADE, // PARA SERVIR DE INSTRUCÇÃO, E FAZER PARTE DO RECURSO, // que o mesmo Ministro interpoz, e se acha pendente na REAL PRESENÇA do dito // SENHOR, sobre a indispensavel necessidade, que insta pela urgente Reparação // de algumas das mais attendiveis entre as Ruinas, cuja existencia se acha de- // turpando a Authoridade, e opprimindo o Publico Socego. // [florão com as Armas de Portugal] // EM LISBOA // ANNO DE MDCCLXVII. // NA OFFICINA DE MIGUEL MANESCAL DA COSTA // ‘POR ORDEM DE SUA MAGESTADE’. In-4.º gr. de VIII-VIII-566-II págs. E. conjuntamente em 2 vols.
——— DEDUCÇÃO // CHRONOLOGICA, E ANALYTICA. // ‘PARTE SEGUNDA’ // NA QUAL // SE MANIFESTA O QUE SUCCESSIVAMENTE PASSOU // NAS DIFFERENTES EPOCAS DA IGREJA // SOBRE A CENSURA, PROHIBIÇÃO, // E IMPRESSÃO DOS LIVROS: // DEMONSTRANDO-SE OS INTOLERAVEIS PREJUIZOS, // QUE COM O ABUSO DELLAS DE SE TEM FEITO // Á MESMA IGREJA DE DEOS: // A TODAS AS MONARQUIAS: // A TODOS OS ESTADOS SOBERANOS; // E AO SOCEGO PUBLICO DE TODO O UNIVERSO. // […] // ibid. In-4.º gr. de IV-XVI-346-II págs.
——— COLLECÇÃO // DAS PROVAS // NA // ‘PARTE PRIMEIRA, E SEGUNDA’ // DA // DEDUCÇÃO // CHRONOLOGICA, // E ANALYTICA, // E NAS DUAS // PETIÇÕES DE RECURSO // DO DOUTOR // JOSEPH SEABRA DA SYLVA. // ibid. // MDCCLXVIII. // Ibid. In-4.º gr. de XVI-312 págs.
——— PETIÇÃO // DE RECURSO // APRESENTADA EM AUDIENCIA PUBLICA // Á MAGESTADE // DE // ELREY NOSSO SENHOR // […] // EM LISBOA // ANNO DE M DCCLXVII. // NA OFFICINA DE MIGUEL MANESCAL DA COSTA // ‘POR ORDEM DE SUA MAGESTADE:’ In-4.º de II-59-[I] págs.
Obra de capital importância para a bibliografia anti-jesuítica pombalina, dada à luz da imprensa por José de Seabra da Silva, Chanceler da Casa da Suplicação e Procurador da Coroa portuguesa.
PRIMEIRA EDIÇÃO, A MAIS ESTIMADA E INVULGAR, IMPRESSA EM BOM PAPEL DE LINHO. Frontispícios impressos a negro e vermelho.
“[…] A primeira parte analisa a história portuguesa nos últimos dois séculos, pretendendo provar que a decadência das instituições políticas do reino se devia aos Jesuítas. A segunda parte da obra é dedicada à acção nefasta dos Jesuítas no seio da Igreja, que teria conduzido esta a um estado de declínio: Na qual se manifesta o que sucessivamente passou nas diferentes épocas da Igreja sobre a censura, proibição e impressão de livros: demonstrando-se os intoleráveis prejuízos, que com o abuso dellas se tem feito à mesma Igreja de Deos, a todas as monarquias, a todos os Estados soberanos, e ao socego público de todo o universo. Descreve as perversões dos Jesuítas que poriam em causa a Igreja e reflecte o intento do ideário regalista de retirar prerrogativas à Igreja. O último tomo contém alegadas provas, englobando documentação diversa, recolhida, segundo é dito, nos Arquivos do Reino. […]
“Embora a obra ostente como autor Seabra da Silva, na realidade, a sua idealização e direcção foi de Pombal, provavelmente com a colaboração, além de Seabra da Silva, de Frei Manuel do Cenáculo e de António Pereira de Figueiredo. Tal conclusão é abonada por vários testemunhos, a começar pelo do próprio Seabra da Silva que era um dos testas-de-ferro da política antijesuítica: Após ter sido exilado no Ultramar por Pombal, confessou não ter sido ele o autor, tendo sido antes mero colaborador […]. A mesma autoria pombalina é reiterada numa carta do Pe. António Pereira de Figueiredo, outro colaborador íntimo e sempre fiel de Pombal, dirigida a um seu confrade oratoriano em Goa, em 1771 […] e o mesmo é confirmado por Frei Cenáculo no seu Diário (…). E, se dúvidas houvesse, existe a prova paleográfica da autoria pombalina da obra que é dada pelo manuscrito original, que contém correcções e acrescentos escritos pelo próprio Pombal […]. [’in’ «A Sombra dos Demónios. Para uma história da cultura em negativo» [Dicionário dos Antis], coordenação de José Eduardo Franco e Ricardo Ventura].
O primeiro tomo, para além de conter a ‘Parte Primeira’ da ‘Deducção Chronológica e Analytica’, comporta no final a PETIÇÃO DE RECURSO […] // SOBRE // O ULTIMO, E CRITICO ESTADO DESTA MONARQUIA // DEPOIS QUE A, ‘SOCIEDADE’ CHAMADA ‘DE JESUS’ // FOI DESNATURALIZADA, E PROSCRIPTA // DOS DOMINIOS DE FRANÇA, E HESPANHA.;
O segundo tomo, composto pela ‘Parte Segunda’ da ‘Deducção Chronológica e Analytica’, acomoda no seu corpo: a págs. 169 (com frontispício próprio impresso a negro e vermelho) a «PETIÇÃO DE RECURSO […] SOBRE // AS RUINAS, QUE NESTE REYNO, E SEUS DOMINIOS FIZERÃO AS // CLANDESTINAS INTRODUCÇÕES DAS BULLAS ‘DA CEA’, E DOS ‘INDICES EXPURGATORIOS ROMANO-JESUITI- // COS’, NOS TERMOS SUBSTANCIADOS NA PARTE SEGUNDA // DA DEDUCÇÃO CHRONOLOGICA, E ANALYTICA. // PARA SERVIR // DE SETIMA DEMONSTRAÇÃO // DA MESMA SEGUNDA PARTE; a págs. 235, o «APPENDIX PARA SERVIR DE SUPPLEMENTO AO RECURSO DO SUPPLICANTE PROCURADOR DA COROA» ; a págs. 261, o «INDICE DAS COUSAS MAIS NOTAVEIS QUE SE CONTEM NA PRIMEIRA, E SEGUNDA PARTE DA DEDUCÇÃO CHRONOLOGICA, E ANALYTICA, E SUAS PETIÇÕES DE RECURSO».
No final, com frontispício próprio impresso a negro e vermelho e paginação independente, o segundo tomo acomoda ainda a «COLLECÇÃO DAS PROVAS // QUE FORAM CITADAS // NA // ‘PARTE PRIMEIRA, E SEGUNDA’ // DA // DEDUCÇÃO CHRONOLOGICA, // E ANALYTICA, // E NAS DUAS PETIÇÕES DE RECURSO (…).
Encadernações antigas um pouco cansadas; com falta de papel e rasgões no papel marmoreado que forra as respectivas pastas.