LIPPE (Conde de Schaumbourg).— DIRECÇOENS, // QUE HAM DE SERVIR // Para os Senhores // CORONEIS, TENENTES CORONEIS, E MAJORES // dos Regimentos de Infantaria dos Exercitos de Sua // Magestade Fidelissima executarem com precizaõ // os grandes movimentos das Tropas. // ‘Establecidas por Ordem’ // DO // MESMO SENHOR // POR // SUA ALTEZA // O Conde Reinante de Schaumbourg Lippe, // ‘Marechal General dos Exercitos da mesma Magesta- // de Fidelissima, e Feld-Marechal dos de ElRey // da Graõ Bretanha’, // E traduzidas do Original de S. A. na lingua Portugueza // POR // D. JOAQUIM DE NORONHA // Sargento mór do Regimento de Schaumbourg Lippe. // [Brasão de armas reais portuguesas] // IMPRESSAS NA SECRETARIA DE ESTADO. // ==== // M.DCC.LXVII. In-8.º de IV-73-[I] págs. E. no mesmo volume:
——— NOVO METHODO // PARA DISPOR HUM CORPO // DE INFANTARIA, // de sorte que possa combater com a Cavallaria // em campanha raza, ‘Estabelecidas por Ordem’ // DE // SUA MAGESTADE // FIDELISSIMA: // POR // SUA ALTEZA // ‘O Conde Reinante de Schaumbourg Lippe, // ‘Marechal General dos Exercitos da mesma Magesta- // de Fidelissima, e Feld-Marechal dos de ElRey // da Graõ Bretanha,’ // E traduzidas do Original de S. A. na lingua Portugueza // POR // D. JOAQUIM DE NORONHA // Sargento mór do Regimento de Schaumbourg Lippe. // [Brasão de armas reais portuguesas] // INPRESSO NA SECRETARIA DE ESTADO. // ==== // M. DCC. LXVII. In-8.º de II-33-[III]-11-[I]-32-3-[I]-10 págs.;
——— ORDENANÇA, // QUE DETERMINA // AS OBRIGAÇOENS // DOS INSPECTORES // DAS TROPAS // DE // SUA MAGESTADE // FIDELISSIMA // ‘Estabelecida por Ordem do mesmo Senhor’ // PELO // CONDE REINANTE // de Schaumbourg Lippe, // ‘Marechal General dos Exercitos da mesma Ma- //gestade Fidelissima, e Feld-Marechal dos // de ElRey da Graõ Bertanha.’ [sic]. // [Brasão de armas reais portuguesas] // IMPRESSA NA SECRETARIA DE ESTADO.// === // M. DCC. LXVII. In-8.º de II-7-[I] págs.;
——— MEMORIA // SOBRE // OS EXERCICIOS // DE MEDITAÇAÕ MILITAR // PARA SE REMETER // AOS SENHORES // GENERAES, E GOVERNADORES // DE PROVINCIAS, // a fim de se distribuir aos Senhores // Chéffes dos Regimentos dos // Exercitos // DE S. MAGESTADE // PELO CONDE REINANTE // DE // SCHAUMBOURG-LIPPE, // ‘Marechal General dos Exercitos // de Sua // Magestade Fidelissima, e General Feld- // Marechal dos de Sua Magestade // El-Rei da Graõ-Bretanha.’ // (✠) // LISBOA: // Na Officina de JOAÕ ANTONIO DA SILVA. // Livreiro da Caza Real. // ANNO M.D.CC.LXXXII. // ‘Com licença da Real Meza Censoria’. In-8.º de II-31-[I] págs.
Volume constituído por quatro obras do Conde de Lippe, marechal-general do exército português e comandante das forças anglo-portuguesas em Portugal contra as forças franco-espanholas durante a campanha de 1762, figura que viria a revelar-se da maior importância também pelo decisivo contributo de modernização do exército português, no campo teórico, organizativo e administrativo.
Proclamada a paz definitiva, partiu o Conde de Lippe para Lisboa, onde permaneceu durante dois anos, aconselhando o conde de Oeiras na disciplina das suas tropas e na defesa das suas praças. “Quando, em Setembro de 1764, se despediu do Rei, este deu-lhe de presente seis pequenos canhões de oiro maciço, montados em reparos de madeira do Brasil com ornatos de prata, e rodas de prata; uma estrela de diamantes para a sua venera da Ordem da Águia Negra, uma miniatura do monarca com moldura de diamantes e um par de fivelas de diamantes. A disciplina e a instrução das tropas mereceram a especial atenção do conde, que publicou os conhecidos ‘Regulamentos’ de Infantaria e de Cavalaria e os artigos de justiça militar que se conservaram em vigor por muitos anos. (…) Antes de se retirar do País, dirigiu aos comandantes dos regimentos uma carta com o intuito de os convencer da necessidade de conservar a disciplina por ele introduzida no Exército português. Ao mesmo tempo exprimiu a alta estima em que tinha o espírito do conde de Oeiras, recomendando-lhes que procurassem, em todos os lances futuros, conselho e ajuda naquele estadista, (…)”. [’in’ G. E. P. B.]
As duas primeiras obras, são ilustradas, respectivamente com 5 e 3 gravuras abertas em chapa de metal, impressas em folha desdobrável de grandes dimensões.
Francisco A. Martins de Carvalho, dedica no «Dicionário Bibliográfico Militar Português» especial atenção à obra deste preclaro militar, salientando que nas «DIRECÇOENS, QUE HAM DE SERVIR Para os Senhores CORONEIS, TENENTES CORONEIS, E MAJORES dos Regimentos de Infantaria dos Exercitos de Sua Magestade Fidelissima executarem com precizaõ os grandes movimentos das Tropas» “Foi preceituado (…), e pela primeira vez entre nós, que as terceiras fileiras se reduzissem a duas, com o fim de prolongar a linha, que ficava assim formada em duas fileiras”.
No final do ‘NOVO METHODO PARA DISPOR HUM CORPO DE INFANTARIA’, a obra apresenta uma ‘PRO-MEMORIA A respeito de huma differença de opiniaõ na Aula de Artilheria de S. Juliaõ da Barra sobre o modo de regular-se para se lançarem Bombas com certeza’ que Martins de Carvalho regista no «Dicionário Bibliográfico Militar Português» em verbete independente, dizendo: “Sem designação de imp. e ano, mas é da Imp. da Secretaria de Estado (…). Foi escrita em Buckerburg aos 14 de Fevereiro de 1771. O objecto desta ‘Pro-Memoria’, era apurar o que de mais seguro havia no seu tempo, sobre o modo de determinar as pontarias dos morteiros, fixando a este respeito as leis e regras que os cálculos matemáticos e as experiências lhe tinham inculcado por melhores. […].
Também registada no mesmo dicionário está a ‘ORDENANÇA, QUE DETERMINA AS OBRIGAÇOENS DOS INSPECTORES DAS TROPAS DE SUA MAGESTADE FIDELISSIMA’, onde se recorda que “Por alvará de 15 de Julho de 1763 foi aprovado o plano de estudos a seguir nas aulas dos regimentos de artilharia então criados. Lippe publicou em 1767 esta ‘Ordenança’ impondo ao inspector dos regimentos de artilharia de examinar, se nas escolas de teoria e prática se observava fielmente o método estabelecido no citado ‘Plano dos Estudos’, não se ensinando nas mesmas escolas por outros autores que não fossem os designados naquele plano. Esta despótica disposição do referido ‘Plano de estudos’, que como muito bem diz o sr. Silvestre Ribeiro na sua ‘Historia dos estabelecimentos scientificos, litterarios e artisticos de Portugal’, parece marcada com o cunho do exclusivismo próprio dos governos absolutos (…).
A última Obra encadernada neste volume, intitulada ‘MEMORIA SOBRE OS EXERCICIOS DE MEDITAÇAÕ MILITAR’ não vem registada neste importante ‘Dicionário’.
Encadernação da época, com a lombada bastante danificada.