TASSO (Torquato) [Trad. MATOS (André Rodrigues de)].— O GODOFREDO, // OU // HIERVSALEM LIBERTADA, // POEMA HEROYCO: // ‘Composto no Idiòma Toscano’ // POR TORCATO TASSO, // Princepe dos Poetas Italianos. // ‘Traduzido na Lingua Portugueza, // E OFFERECIDO’ // AO SERENISSIMO SENHOR // COSMO III. // GRAN’ DVQVE // DA TOSCANA, // POR ANDRE RODRIGVEZ DE MATTOS, // Fidalgo da Casa de S. A. Cavalleyro professo da Ordem de // Christo, & formado na faculdade dos Sagrados Ca // nones, pella Vniversidade de Coimbra. // [florão xilografico] // LISBOA. // NA Offi ina de MIGVEL DESLANDES. // M.DCC.LXXXII. // ‘Com todas as licenças necessarias.’4 In-4.º de XXXII-659-[I]- II págs. E.
Primeira edição, de grande raridade e aprêço, adornada de numerosas letras capitais de fantasia, cabeções de enfeite e florões de remate, tudo em gravuras talhadas em madeira. Edição circunstanciadamente descrita por Xavier da Cunha na Obra «Impressões Deslandesianas»: “Anterior em data de publicação a quantas especies tenho citado — na serie das impressões deslandesianas illustradas pelo buril de Clemente Billingue — apontarei por despedida O GODOFREDO, | OU | HIERVSALEM LIBERTADA […]. Constitue esta rara especie um volume de 659 pag. numeradas, antecedidas por 32 sem numeração. — não comprehendidas nestas a fl. do ante-rosto (portada ornamental e allegorica, aberta em lamina de cobre) e a estampa final (accusada por Innocencio no tom. I do ‘Diccionario Bibliographico Portuguez’, a pag. 68, — e por Pinto de Matos no ‘Manual Bibliographico Portuguez’, a pag. 498).
“Diz Innocencio (’loc. cit.’) que são rarissimos os exemplares em que existam a estampa final e o ante-rosto gravado.
“No exemplar da Biblioteca Nacional de Lisboa, — que outrora pertenceu (como se vê da assignatura autographa no frontispicio) ao celebre theatino D. Antonio Caetano de Sousa, — existe a fl. do ante-rosto, mas falta-lhe a estampa derradeira, que Innocencio e Ricardo Pinto de Mattos (’loc. cit.’) dizem haver no centro um Soneto gravado. […]”.
Ernesto Soares, na «História da Gravura Artística em Portugal», regista e descreve estas gavuras: “a) Ante-rosto ornamental e alegórico, onde sobressai a figura de Jerusalém, escravizada por Aladino e libertada por Godofredo. ‘SUBS. – Clemens Billingue Invenit Sculpsit et prefs. b) Escudo de armas do Grão duque da Toscana encimando uma moldura muito ornamentada com motivos alegóricos e emblemas vários, ao meio da qual se lê um soneto. ‘SUBS. – Clemens Billingue.’
José dos Santos, regista também um exemplar completo e descreve com pormenor esta edição: “As XXXII págs. prels. compreendem: frontispício; «DEDICATORIA.» (datada e subscrita no fim: «Lisboa 20. de Novembro de || 1679… Andre Rodrigues de Mattos.»; «PROLOGO AO | LEYTOR.»; «ALLEGORIA || do Poema.»; Várias poesias (umas em latim, outras em português) em louvor da traducção e do seu autor [Bernardi Pereyra da Sylva; Antonij Ludovici Azevedij; Emmanuelis de Pinna; Andre Nunes da Sylva; Troillo de Vasconcellos da Cunha; Ioannis Pereyra da Sylva; Gio Perera de Sylva; Ioão Pereyra da Sylva; Bernardo Pereyra da Sylva]; «APPROVAÇAM DO M. R. P. M. FRANCISCO || da Cruz, da Companhia de Jesu…»; e um «soneto» (do tradutor ?) em “reconhecimento da Aprovação; «LICENÇAS.» permitindo a impressão; «Advertencia aos que lerem.»; e «Fé de Erratas». […]“
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Com marca de posse do Conselheiro Thomaz Norton (cremos que familiar do General Norton de Matos), cuja livraria, leiloada no Porto em 1860, deu origem ao primeiro leilão realizado nesta cidade. Encadernação antiga em pergaminho sobre cartão, com a ‘charneira’ da pasta da frente desgastada.
Exemplar com suaves vestígios de humidade e bicho que se revelam nas últimas folhas com alguma intensidade. Com insignificantes restauros, antigos. O ante-rosto e a última folha, que correspondem às duas gravuras acima mencionadas, foram reforçadas no verso (espelhadas). A págs. 199/200 e 221/222 com o canto superior direito um pouco deteriorado.