VAZ (Álvaro) [1526-1593].— ALVARI VALASCI, // IVRIS CONSVLTI LV- // SITANI ET IN SVPREMA CVRIA // REGIS SENATORIS, ET OLIM IN CONIMBRI- // cencensi Academia Iuris ciuilis prodessoris Primarij, quæstionum // iuris emphyteutici liber primus, seu prima pars. // ‘Reperientur in initio summa quæstionum capita, & duo locupletissimi indi- // ces, alter legum iuris communis & Regij secundum nouam Ordinatio- // num recopilationem, alter materiarum, rerum & verborum, // in hac tertia editione de nouo adiecti.’ // D. D. Roderico d’Acunha, in Iure Canonico Doctori Conimbricensi, & Olysipo- // nensis sanctæ Inquisitionis Deputato. // ‘Accessit etiam Ordinationum allegatio secundum nouam e arundem recopilationem, suis in locis, que // per esterrulas designantur, post antiquam inserta.’ // [brasão de armas de D. Rodrigo da Cunha] // Cum facultate sanctæ Inquisitionis, Ordinarij, & Regis. // —— // VLYSSIPONE. Typis Petri Crasbeeck. Anno 1611. // ‘Expensis Dominici Fernandez Bibliopolæ.’ Cum Priuilegio Regis. // Está taixado este Liuro a 400. reis em papel. // —— // In-6.º de II-190 [com erros de paginação, aliás 181]-XXVI ff. E
Rara edição dada à imprensa nas oficinas de Pieter Craesbeeck, “uma das mais famosas tipografias peninsulares dos séculos XVI e XVII (…)”, que mereceu de João José Alves Dias [Craesbeeck. Uma Dinastia de impressores em Portugal], importante subsídio para a história da presença em Portugal daquela distinta família de impressores que por mais de um século ocuparam lugar de grande relevo na edição portuguesa.
Desta edição foram identificadas duas variantes competentemente descritas na PORBASE, sendo a que apresentamos a ‘Variante A’ que facilmente se distingue por ser aquela que apresenta no respectivo cólofon a data de 1612.
Edição dedicada por Dominicus Fernandez a D. Rodrigo da Cunha, um dos principais opositores da incorporação das Coroas Ibéricas que durante a Restauração da Independência, veio a apoiar revoltosos e com o arcebispo de Braga, a governar o reino até ao regresso de D. João IV. Foi bispo de Portalegre [1615-1618], do Porto [1618-1626], arcebispo de Braga [1626-1634] e de Lisboa [1635-1642].
Edição a duas colunas, com o frontispício impresso a negro e vermelho, sendo o brasão de D. Rodrigo da Cunha, também a duas cores, cuidadosamente impresso.
Álvaro Vaz, ou Valasco, na expressão de Barbosa Machado “Naceo na Cidade de Evora no anno de 1526 de Pays honrados, e opulentos.” Cremos que judeu ou cristão-novo “natural de Évora, segundo uns, ou em Sintra, segundo outros” tem o seu nome inscrito na «Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira»: “Em 1588 iniciou a publicação das suas obras, que, na maioria, vieram a sair postumamente.” Edições que vieram pela primeira vez a lume nas mais importantes cidades europeias [Lisboa, Coimbra, Veneza, Cremona, Frankfurt, Antuérpia]. “Todas elas reunidas em 3 vols., se reimprimiram em Francfort, 1650, Coimbra, 1684 e 1713, e Colónia, 1735, e em 2 vols. em Coimbra, 1731. Este jurisconsulto, que gozou de fama europeia, deixou muitos manuscritos, como comentários aos títulos do Código, notas às Ordenações, etc.”
Exemplar aparado e com assinaturas antigas no frontispício, rasuradas; um pequeno corte de traça que só tangencialmente afecta a última linha de algumas folhas e uma mancha de humidade no canto superior direito das últimas folhas.
Encadernação da época em carneira, com sinais de uso.