CAMOES (Luis de).— [MANUSCRITO]. La Lusiada // De el famoso Poeta Luis de // Camões // Traducida en verso Castellano de Portugues // por el Maestro Luis Gomez de Tapia // Vecino de Sevilla // Dirigida al Illustrissimo Senor // Ascanio Colona, Abbad de Santa Sophia // Con Privilegio // En Salamanca // En casa de Ioan Perier Impresor de // Libros año de mil setecientos [rasurado] quinientos ochenta. [dim. aprox. 16 x 21,5 cm] de XXXII-163-[I] págs. E.
Fiel cópia manuscrita de uma das duas primeiras e concorrentes traduções em castelhano da célebre epopeia de Camões, minuciosamente caligrafada com tinta ferrogálica pela pena de Andres de Morales de los Rios. Ambas impressas no ano de 1580 a mando de Filipe II de Espanha, a primeira, da qual saiu o presente manuscrito, fôra impressa em Salamanca na oficina de Juan Perrier, com Luiz Gomes Tapia como tradutor e a outra, commumente conhecida como a primeira versão castelhana, com alvará concedido a 27 de Março, impressa em Alcalá na oficina de Juan Gracián e tradução de Benito Caldera.
A edição da qual foi transcrito este documento, é extremamente rara e vem assim descrita por Brito Aranha: “dedicatoria ao abbade Ascanio; prologo ao leitor de Mestre Francisco Sanchez; varias peças poeticas em louvor de Tapia; catalogo dos reis de Portugal até Filipe II (primeiro da dominação hespanhola, 1580); e o poema (traducção em verso, com argumentos em prosa, mais desenvolvidos que os de Caldera). As estancias tambem não têem numeração. No fim de cada canto, vem as correspondentes anotações.”
Na primeira folha pode ler-se: “Este libro lo copió Andres de Morales de los Rios de uno impreso qe le presto D. Antonio Mosti. Año de 1795 [?] 1796”. Pelo que conseguimos apurar, o possuidor do exemplar que permitiu esta transcrição foi D. António José Mosti [1730-1840] várias vezes referido em doações feitas à Biblioteca Nacional de Espanha como célebre bibliófilo e também mencionado em ‘Inscripciones Romana de Cadiz’ [Imprenta de Don Manuel Bosch, 1846] por Don Fermin de Clemente: “En el siglo seguiente se difundió mas el gusto por las antiguedades, aunque se observava mismo descuido por las lapidas hasta mediado siglo. Despues florecieron hombres de mérito y de conocimiento. Sea el primero D. Antonio José Mosti, célebre anticuario, principalmente en numismática, que reunió una buena coleccion de monedas, que luego regaló al Serenísimo Senõr infante D. Gabriel, y recogió algunas lápidas, y dió cuenta de nueve de ellas al erudito abade Masdeu”.
Encadernação original em pergaminho bem conservada, restaurada com novas guardas e com atilhos. Na pasta da frente manuscrita com os seguintes dizeres: “Camoes // Tradução // Por Tapia”.
Peça de colecção.