[CARNEIRO (Manuel Borges)].— A MAGIA E MAIS SUPERSTIÇÕES DESMASCARADAS. LISBOA: NA TYPOGRAFIA LACERDINA. 1820. ‘Com Licença da Commissão de Censura. In-8.º de 72 págs.
——APPENDICE SOBRE AS OPERAÇOES DA SANTA INQUISIÇAO PORTUGUEZA, OU PARTE II. DO DISCURSO SOBRE A MAGIA E MAIS SUPERSTIÇÕES DESMASCARADAS. In-8.º de 66 págs. B.
Interessantíssimos opúsculos a juntar aos ‘discursos políticos’ ou ‘Parábolas’ que Manuel Borges Coelho acrescentou ao «Portugal Regenerado em 1820», dados à estampa sem o nome do autor ou sob o pseudónimo ‘D. C. N. Publicola’. Correspondem estes à ‘Parábola IV’.
Publicados no ano da ‘Revolução de 1820’ M. Borges Carneiro procura esclarecer e divulgar melhores conhecimentos acerca das superstições ou crendices populares, assim como difundir e responsabilizar a actividade do Santo Ofício e da Inquisição em Portugal.
“No tempo presente em que já se permitte communicarem os Cidadãos entre si as suas idéas, e poder-se distinguir a verdade da mentira, (pois até agora só se permittia figurar esta porque a verdade não fazia conta) não he fóra de proposito expôr aos olhos do povo portuguez ás fabulas e contos ridiculos que neste Reino tem sido divulgados e criados em diversos tempos, relativamente aos differentes ramos da ‘Magia’ ou ‘arte magica’, e a outras superstições que tanto deshonrão a Augusta Religião de Jesus Christo, e desacreditão os Reinos em que lanção raizes.”.
“Para bem se conhecerem os estragos públicos e legaes que em o nosso desaventurado Portugal tem feito a superstição, accrescentarei aqui um appendice sobre as operações do Officio ‘Santo’, deste Tribunal horroroso que julga os pensamentos dos homens; que enche as Monarchias de hypocritas, delatores, e traidores; que destroe o commercio, como depois do seu estabelecimento em Goa, se vio nas Indias Orientaes, onde os Portuguezes sómente ião a commerciar (…)”.
Ambos os opúsculos revestidos de bonito papel pintado, da época.