REPÓRTER X [Pseud. de FERREIRA (Reinaldo)].— MORREU O DUQUE! Capa de D. Fuas. Tip. da Agencia de Publicidade. Nunes & Rocha, Limitada. Porto. [S. d.] In.-8.º de 47-I págs. B.
Uma das muito invulgares novelas de Reinaldo Ferreira [Repórter X], jornalista, escritor, dramaturgo, cineasta e editor cuja vida e obra marcou indelevelmente o jornalismo e a literatura portuguesa.
Sobre o autor diz Ferreira de Castro que “A imaginação de Reinaldo era tão opulenta e constituía uma tão profunda característica da sua personalidade, que, meia hora depois dêle ter assistido a um acontecimento, o tornava incapaz de o reproduzir tal qual o vira. Vestia-o, fatalmente, de aspectos imaginários, tirando-o da mesquinhez da verdade para o colocar em relêvo, em grandeza, em interêsse — para que êle fôsse o que devia ter sido e não o que fôra. E Reinaldo não fazia isto por cálculo, por técnica, por experiência do oficio, mas espontâneamente, naturalmente — porque não podia ver a vida de outra maneira. A sua personalidade forçava-o a ser infiel à realidade, porque à realidade falta, geralmente, encanto, mistério, fascinação.
“Êle foi dos maiores jornalistas portugueses de todos os tempos e um dos maiores jornalistas europeus do seu tempo. E ao afirmar-se isto, não se comete nenhuma espécie de exagêro. Não foi, porém, o jornalismo, mas, sim, a literatura, que maior influência exerceu sôbre a sua vida. Foi a literatura que modelou a sua personalidade e abriu o caminho da sua existência profissional, no que ela teve de belo e no que teve de trágico. Reinaldo impressionou-se com certas personagens de romance e com a vida de certos autores, não pròpriamente como ela era, mas como êle pensava que ela fôsse, como êle desejaria que ela fôsse. As reportagens estranhas que êle realizava, êsse cachimbo que passou a usar, até as atitudes em que se deixava fotografar, tudo era literatura, tudo era influência da literatura policial ou romântica. […]” [’in’ «O Livro do Reporter X»].
Volume integrado na colecção «Novela do Dia».