GAY (Delfine) [Trad. CASTILHO (António Feliciano de)].— A NOITE DO CASTELLO e OS CIUMES DO BARDO. Poemas seguidos da Confissão de Amelia, traduzida de M.elle Delfine Gay. Lisboa. 1836. Na Typ. Lisbonense A. C. Dias. In-8.º de XXII-200-VI págs. E.
Livro dedicado ‘Ao Cavalheiro António Briccolanti pela sua tradução dos Lusiadas’ e prefaciado por Castilho a 29 de Novembro de 1835. Apresenta esta edição os «Reparos àcerca da invenção da Noite do Castelo» onde o autor tece curiosos comentários a propósito da verdadeira originalidade dos poetas, confessando: “Um dos maiores pasmos que jamais em minha vida senti, foi depois de ter creado, executado e levado ao fim a Noite do Castello em 1830, ir encontrar a sua idea fundamental em uma ballada que pela primeira vez ouvi no Porto em Março de 1834. Recitava eu o Poema ao meu bom Amigo Alexandre Herculano de Carvalho, moço no qual não sei se mais he para admirar sua já copiosíssima erudição, se a grandeza de seu poético ingenho, quando este me interrompe e me pergunta se por ventura tomei por assunto a Ballada Ingleza de ‘Affonso e Isolina?. Respondi-lhe que nem sequer jamais d’ella noticia. Então ma repetio, por elle vertida em quadras (…)”
Poesia que Castilho de seguida reproduziu na íntegra, sub-intitulada ‘Ballada livremente traduzida do Inglez de Lewis, pelo Sr. Alexandre Herculano de Carvalho’. Segue este livro com um artigo traduzido do Voltugeur N.º 21 [As Bodas do Conde Rizzari]. A págs. 137, o poema «Os Ciúmes do Bardo», com dedicatória a Ferdinand Denis e ‘Preâmbulo’ do tradutor; os «Fragmentos do Episodio de René»; um poema dedicado a M. Delphine e no final «A Confissão de Amélia», composta na choupana de Lormois em Julhode 1824 e traduzida na Residência parochial de S. Mamede da Castanheira do Vouga em Setembro de 1828.
Primeira e bastante rara edição
Encadernação da época com lombada de pele, decorada com rótulos e finos ferros gravados a ouro. Com um pequeno corte de traça junto à lombada e vestígios de acidez generalizados.