LANCELOT (Cláudio) [Port-Royal] [MAGALHÃES (João Jacinto de) [Trad.]].— NOVO // EPITOME // DA // GRAMATICA GREGA // DE // PORTO REAL // ACOMODADO // NA LINGUA PORTUGUEZA, // PARA UZO // DAS NOVAS ESCOLAS, // ‘POR MANDADO’ // DE // SUA MAGESTADE FIDELISSIMA // ELREI // D. JOZÉ O I. // NOSSO SENHOR. // [pequena vinheta, ou coroa real] // LISBOA, // ‘Com todas as Licenças necessarias. // ==== // M.DCC.LX. In.8.º de XVI-382 págs. E.
Primeira edição portuguesa desta célebre gramática do beneditino parisiense Cláudio Lancelot [1615-1695] que ficou conhecida por "Gramática Grega de Porto Real", por muitos anos usada nos estabelecimentos de ensino da Europa, cuja tradução portuguesa apresentamos.
Inocêncio no ‘Diccionário Bibliographico Portuguez’ justifica a identidade do respectivo tradutor afirmando tratar-se de João Jacinto de Magalhães “[…] um dos portuguezes que no seculo XVIII se tornaram conhecidos na Europa por suas producções scientificas, foi natural da cidade de Aveiro, e não de Lisboa como alguem erradamente affirmou. […]. N. em 1722, e aos onze ennos d’edade entrou a 21 de Junho de 1743 na congregação dos Conegos regulares de Sancto Agostinho, onde depois professou. tomando o nome de D. João de Nossa Senhora do Desterro. Descontente ao que parece do estado que abraçára, solicitou e obteve da Curia Romana um breve de secularização, e sahiu de Portugal para Inglaterra pelos annos de 1764, segundo se diz. Alli se applicou com feliz resultado aos estudos da physica, para cujos progressos concorreu notavelmente, como se vê das obras que publicou. […]”.
Refere Inocêncio que a edição de Paris, por F. Didot 1760, “Não tem nome do auctor no frontispício; mas no fim da dedicatória vem elle assignado com as letras iniciaes, que significam (em francez) ‘Jean Hyacinthe de Magellan’. — Apparecem comtudo muitos exemplares d’esta edição, nos quaes se cortou a dedicatoria e frontispicio, sendo este substituido por outro […]”. Edição que corresponde ao exemplar por nós anunciado e acima descrito. “Examinados este exemplares, e confrontados com os da edição franceza, não resta duvida alguma sobre a identidade de uns e outros”.
Aproveitamos ainda para registar a existência de outra variante desta edição [Na Officina de Franc. Ambr. Didot. S. d.], dedicada a Pedro da Costa de Almeida Salema, em cuja dedicatória vem registado o nome “J. H. de Magalhaens’, também ela, conforme as edições anteriormente mencionadas.
Exemplar assina do por José de Moura Coutinho, prelado português natural de Celorico de Basto [Casa de Telhó, em S. João Baptista de Arnoia] e afamado genealogista.
Com pouco importantes vestígios de traça marginais. Encadernação contemporânea, de pele inteira, com nervuras rótulo e ferros gravados a ouro.