INGARDEN (Roman).— A OBRA DE ARTE LITERÁRIA. Tradução de Albin E. Beau, Maria da Conceição Puga, João F. Barrento. Prefácio de Maria Manuela Saraiva. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa. [1973]. In-4.º peq. de LII-439-VII págs. E
“Investigação rica mas prolixa, não raro obscura, desconcertante na sua economia interna, o presente estudo desdobra-se em múltiplas linhas de fractura e convergência que irradiam de um terreno fenomenológico husserliano de base oara perspectivas de natureza linguística, lógica, estética, sem deixar de afirmar com insistência a pretensão de lançar as bases de uma ciência da literatura. (…).
“Se todaa obra escrita é o espaço aberto e sempre disponível a uma infinidade de leituras diferentes, esta é-o certamente de múltiplasmaneiras. Em primeiro lugar, porque os diferentes leitores, sectorialmente situados em qualquer destes pontos de vista: literário, linguístico, lógico, estético, filosófico…, farão como é óbvio, a leitura para a qual os prepara a sua formação específica. Nada impede de imaginar o leitor ideal, nestes tempos em que tanto se fala de interdisciplinaridade, Não cremos, comtudo, que tal leitor exista ainda. E aqui temos um dos paradoxos desta obra paradoxal. […]”.
Obra clássica na bibliografia da especialidade, cujo autor, nascido em Cracóvia em 1893, estudou Filosofia e matemática na Alemanha, foi nomeado professor de Filosofia em Varsóvia e Cracóvia em 1945, onde ensinou até ser jubilado, tendo ainda deixado abundante e importante bibliografia, traduzida e publicada em muitos países estrangeiros.