ALBUQUERQUE (Luiz da Silva Mouzinho de) & MENEZES (Ignacio Pitta de Castro).— OBSERVAÇÕES SOBRE A ILHA DE S. MIGUEL RECOLHIDAS PELA COMMISSÃO ENVIADA À MESMA ILHA EM AGOSTO DE 1825 E REGRESSADA EM OUTUBRO DO MESMO ANNO. (…). [Brasão de Armas de Portugal] Lisboa: Na Impressão Regia. Anno 1826. In-4.º gr. de 43-I págs e 3 estampas desdobráveis. B.
Raríssima publicação e uma das primeiras descrições de carácter científico da Ilha de S. Miguel, documentada com três mapas desdobráveis, a saber: Carta Militar Topo-Hydrographica da Ilha de S. Miguel [dim. aprox. 61×41 cm.]; Planta do Valle das Furnas na Ilha de S. Miguel [dim. apox. 53×37 cm.] e Planta das Caldeiras no Valle das Furnas [dim. aprox. 53×37 cm.].
Com o objectivo de analisar as águas das Furnas, Luis da Silva Mouzinho de Albuquerque, como químico, deslocou-se aos Açores e escreveu as suas ‘Observações sobre a Ilha de S. Miguel’, descrevendo, depois de uma breve introdução histórica da Ilha, a sua constituição geológica, administração política e religiosa, navegação, comércio e agricultura, onde atribuiu o atraso verificado na agricultura à defeituosa distribuição das terras. “(…) O máo estado da cultura em S. Miguel depende, pela maior parte, deste modo de divisão da propriedade rural; (…) tendo nós mostrado (…) que os principaes destes males consistião na falta de plantações arboreas, e na má distribuição das aguas, na cultura das terras feita de longe, e sem que o cultivador viva junto ao solo, que amanha (…)”.
No final, a edição apresenta as ‘Observações sobre o Vale das Furnas e águas, que nele brotão’.
Sobre Luiz da Silva Mouzinho de Albuquerque, político, químico e poeta, diz Innocêncio ter sido “Fidalgo da Casa Real, do Conselho de Sua Magestade, Cavalleiro da Ordem de S. João de Jerusalem, Grão-cruz de N. S. da Conceição, e Commendador da Torre e Espada; Coronel do corpo d’Engenheiros; Provedor da Real Casa da Moeda em 1824; Secretário da Regencia na Ilha Terceira; Governador civil e militar das ilhas da Madeira e Porto-sancto em 1834; Ministro e Secretario d’Estado dos Negocios do Reino em 1835; e novamente em 1842 e 1846; Inspector geral das obras publicas; Deputado ás Cortes em varias legislaturas; Socio da Academia Real das Sciencias de Lisboa, e de outras Associações scientificas nacionaes e estrangeiras, etc. Foi um dos portuguezes mais distinctos d’este seculo, pela vastidão dos seus conhecimentos, e pela firmeza e independencia do seu caracter. (…)”.
Com uma mancha de água e outros pequenos defeitos.