Opusculo Teologico Das ConstituiÇoes Ou Bulas Cartas Circulares E Decretos Apostolicos Do Santissimo Padre Benedito Papa Xiv

Cuidada edição, adornada de frontispício impresso a negro e vermelho, cabeções de enfeite e de remate e uma letra capital de fantasia que ornamenta o início do ‘Opusculo Theologico das Constituições Benedictinas’.
Segue-se às respectivas ‘Dedicatória’, ‘Prólogo ao Leitor’ e ‘Licenças’, uma interessante ‘Carta Que escreveo ao Author o M. R. P. M. Fr. Antonio da Purificaçaõ, Lente de Moral no Collegio de S. Nicoláo de Lamego, e Examinador Synodal’, datada a 14 de Janeiro de 1757, no Convento da Graça Lamego: “’M. R. Senhor Conego Magistral Antonio Ferreira’. Amigo, e Senhor esta mercê que V. m. me faz, e este desejo que tem de que eu reveja esta sua Obra, he para a minha divida hum argumento muito crescido, e da sua bondade hum fundamento muito grande: He para mim divida porque me suppoem a capacidade, que certamente naõ tenho; e he em V. m bondade, porque nenhuma necessidade tem de que outrem reveja os seus Escritos; pois os orna a sua literatura sem erro, e os faz recommendaveis a sua applicaçaõ sem falta. […]. Nella aprende o publico o como hade melhor obedecer às Constituições Pontificias; pois V. m. expoem as Bullas do Santissimo Padre Reinante com aquella reflexão, e madureza, que pede empreza taõ importante, e negocio taõ serio. […].
“Dizem que aos livros devem os homens a vida literaria, porèm o livro das Bullas Pontificiais deve a vida a V. m. porque na sua exposiçaõ lhe deve a alma. Da boca, e da Cabeça do Santissimo Padre sahiraõ a espalhar-se pelo Mundo, para desterrar erros, e evitar culpas. Mas como a sua indesivel agudeza as revestio de subtis pensamentos, e de conceitos muito consideraveis, vacilavaõ os juizos, que as queriaõ alcançar, e vinhaõ a ficar como mortas para nós outros, que as naõ sabiamos intender. Porèm agora que V. m. com tanta verdade, e clareza as expoem, quem deixará de as achar vivas, porque ficaõ ditando a todos o seu verdadeiro conceito, e a sua genuina intençaõ.
“Não importou que o furioso incendio que se seguio ao terramoto do primeiro de Novembro do anno de 55 devorasse estes bem empregados estudos de V. m. porque a sua Cabeça naõ he curiosa officina de letras, que extingue o acaso; he sim precioso Cofre em que se guardaõ as joyas das melhores doutrinas; por isso V. m. as achou taõ promptamente para nos enriquecer com ellas. Possivel foi que o incendio as reduzisse a cinzas, mas naõ terá cousa alguma força para lhas riscar a V. m. da memoria; razaõ porque com tanta brevidade consolla com este livro a pena dos que o lamentavaõ perdido. […] Tenho a dita de viver na mesma Cidade de Lamego, aonde V. m. assiste, logo que falta me poderia fazer o livro, se vivo o tive sempre no seu Author. […]
A esta carta, seguem seis com Poemas laudatórios assinados por Josephus de Basto e Cunha [Vicarius in spiritualibus, Canonicusque Pœnitentiarius Cathedralis Lamacensis]; Doctor Ludivicus à Visitatione D. Joannis Evangelistæ Canonicum Secularem, Synodalemque Examinatorem; D. Gonçalo Luis Freire Corte-Real, Deão da Sé de Lamego; Doutor Domingos José de Pinho e Sousa; Manoel de Payva , Reverendo Tercenario na Catedral de Lamego e Ex Emmanuele Pereira Borges [In lauden Reverendissimo, ac Sapientissimi Authoris Antonii Ferreira, Cathedralis Lamacensis perdignissimi Magistralis Canonici, ipsiusquemet Diocesis intigerrimo Synodalis Examinatoris].
Conforme salientou Inocêncio no ‘Dicionário Bibliográfico Português’, Barbosa Machado não refere esta obra, "onde, segundo a data, deveria ter entrado".

Encadernação inteira de carneira, da época, com pequenos defeitos na lombada e gravações a ouro bastante desvanecidas. Miolo com insignificantes picos de traça e vestígios de humidade no pé das páginas.