PEREIRA (Bartolomeu) [1599-1650].— PACIECIDOS // LIRRI DVODECIM. // ‘DECANTATUR CLARISSI- // mus P. Franciscus Paciecus, Lusitanus, // Põtilimensis, è Societate Iesu, Iapponiæ // Prouincialis, eiusdẽ Ecclesiæ Guber- // nator, ibique viuus pro Christi // fide lento igne concrematus. // Anno. 1626. // PARENTEM ASSOCIANT QVOT- // quot ex eadem Societate in Iapponia pro // Chrìsto gloriose occubuerunt. // S. ͫ ͦ PATRI VRBANO OCTAVO // Iapponia. D. &. C. // ‘AVTHORE P. BARTHOLO- //mao Pereira Societatis Iesu, Lusitano, // Monsonensi, olim in Conimbri // sensi Academia Primario // Rhetorices Prodessore.’ //CONIMBRICAE // Superiorũ permissu. Expensis Emmanuelis // de Carualho Vniversitatis Typographi // Anno. 1640. In-8.º de XXII-[II]-218-XVIII págs. + 1 estampa. E.
Célebre Poema que celebra o martírio do Pe. Francisco Pacheco, natural de Ponte de Lima e provincial da Companhia de Jesus no Japão, queimado vivo juntamente com oito companheiros [Baptista Zola, Baltasar Torres, Gaspar Sadamatzu, Pedro Rinxei, Vicente Caun, Paulo Xinsuque, João Quizaco e Miguel Tozo] em Nagasaki no dia 20 de Junho de 1626, mais tarde, beatificado pelo Papa Pio IX a 7 de Julho de 1867.
José dos Santos faz pormenorizada descrição desta edição (cremos que com variantes do frontispício ou imprecisões) no importante ‘Catálogo da biblioteca dos Condes de Azevedo e Samodães’ considerando-a MUITO RARA. Opinião que já tinha revelado relativamente ao exemplar (completo) descrito no ‘Primeiro escrínio bibliográfico da biblioteca de Rodrigo Veloso’: “Ornada com uma explendida gravura alegorica (…)”.
Gravura que o nosso exemplar conserva e está assim descrito na PORBASE: “Retrato do Beato Francisco Pacheco ajoelhado, à beira-mar, virado à direita, acorrentado de pés e mãos; à direita, fogueira e, à esquerda, navio com as armas portuguesas; na parte superior da composição, resplendor com trigrama da Companhia de Jesus envolto em moldura de nuvens, rematada, em baixo, por filactera com a legenda "Ex utroque Paciecus".
Sobre a Obra e o autor Barbosa Machado diz na «Biblioteca Lusitana»: “Naceo na Villa de Monçaõ do Arcebispado de Braga (…). De Pays taõ qualificados sahio instruido nas maximas Christaãs, que o inclinaraõ na tenra idade de quinze annos a antepor o estado Religioso ao Secular entrando na Companhia de JESUS no Collegio de Coimbra (…). Na Poesia Latina mereceu alcançar o principado particularmente no estilo Epico em que se assemelhou taõ vivamente a Virgilio que parece fora patricio de Mantua feliz berço deste Princepe da Poesia Heroica. (…) Depois de ser Reytor do Collegio de S. Paulo de Braga acabou de ser mortal em Coimbra (…). Descreveu em hum elegante Poema o martyrio de seu Tio paterno o V. P. Francisco Pacheco que morreo constantemente em Nagazaqui a 20 de Junho de 1626. abrazado em fogo lento pela Fé de Christo, o qual publicou com este titulo. ‘Paciecidos. Libri duodecim (…)’.
Encadernação da época em pergaminho com rasgões, mas no seu estado original e sem qualquer restauro. Com vestígios de traça no volume que não impedem a leitura do texto.